PT tenta criar “rede de proteção” para descolar Dilma da lista

O governo e a cúpula do PT tentam criar uma rede de proteção para evitar que o escândalo na Petrobras grude na imagem da presidente Dilma Rousseff e abale ainda mais o partido, já desgastado com sucessivas acusações de corrupção.

No Palácio do Planalto, a ordem é não entrar no mérito das investigações e produzir uma “agenda positiva” para Dilma, com o objetivo de se contrapor ao terremoto político. No PT, a estratégia prevê repetir à exaustão que toda denúncia precisa de prova e adotar a tática do enfrentamento com o PSDB.

O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, admitiu nesta sexta-feira, 6, que a lista de políticos enviada ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, provocará “algum grau” de instabilidade” no Congresso, mas disse esperar que todos tenham a oportunidade de se defender.

“O Brasil não vai parar porque tem uma investigação em curso. Esta é a questão central”, afirmou Vargas. “Se alguém cometeu algum ato ilícito vai pagar, mas também é importante que se faça justiça com quem for absolvido.”

O presidente do PT, Rui Falcão, tem dito que a “lista de Janot” não servirá de parâmetro para punições no partido, mesmo com a citação de petistas no esquema de desvio de dinheiro na Petrobrás.

“Envolvimento comprovado (em irregularidades) não é citação em lista de Janot”, argumentou Falcão. “Ninguém pode ser considerado culpado sem direito ao contraditório, ao devido processo legal. Uma menção a alguém não significa que ele é culpado. É preciso uma prova cabal.”

Para o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, o PT é “muito maior” do que qualquer desvio cometido por filiados. “O partido terá postura absolutamente rigorosa diante de qualquer malfeito”, insistiu Rossetto.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna