O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), afirmou nesta sexta que sugeriu o nome do colega de bancada Wellington Dias (PI) para assumir a presidência do Conselho de Ética na condução do processo de quebra de decoro parlamentar envolvendo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O PSOL pediu a abertura de processo contra Demóstenes, apontado como sócio do empresário do ramo dos jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na operação Monte Carlo.

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O Conselho de Ética está sem comando desde a semana passada, quando o presidente interino, senador Jayme Campos (DEM-MT), se declarou impedido de tocar as investigações contra seu colega de partido. Pelo critério da proporcionalidade das bancadas, o cargo cabe ao PMDB, mas o partido não indicou ninguém para o posto desde que o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) afastou-se, em setembro passado. Ele saiu da Casa para ocupar um cargo no governo Roseana Sarney.

No discurso em plenário, Pinheiro fez questão de ressaltar que a indicação de Wellington Dias só será feita se o PMDB não apresentar um nome próprio. “Se o PMDB tiver outro nome, nós apoiaremos integralmente”, ressalvou o líder petista.

Nos bastidores, o PT quer pressionar o PMDB a agilizar o andamento do caso Demóstenes. O líder peemedebista, Renan Calheiros (AL), já avisou que pretende ouvir a bancada antes de tomar uma decisão. Na semana passada, Renan chegou a dizer que não havia necessidade de o Senado abrir uma investigação no Senado contra Demóstenes, já que o caso estava sob apuração da Justiça. O senador do DEM havia apelado a Renan para tentar salvar o mandato.

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O conselho marcou encontro para a próxima terça-feira (10) para eleger seu novo presidente. Pinheiro defendeu uma apuração rigorosa no Senado das denúncias que envolvem Demóstenes. “Queremos a apuração de todos esses crimes, que todos sejam apurados, não somente o decoro. Queremos que todo o processo, que tem vazado, não sofra solução de continuidade”, afirmou.