Lançar candidaturas próprias na maioria das cidades ou tentar alianças com partidos da base do governo Lula. O PT do Paraná traçou ontem sua estratégia para 2008 na primeira reunião sob o comando da nova presidente da legenda, Gleisi Hoffmann.
Apesar de as diretrizes para as eleições ficarem por conta de cada diretório municipal, todos os municípios receberão uma orientação: não farão qualquer tipo de aliança com o PSDB ou DEM, adversários do Governo Lula. Com 29 prefeitos eleitos em 2004, o partido tem uma meta ousada: eleger 30% dos prefeitos paranaenses nas eleições de outubro, ou seja 120 prefeitos. ?É um objetivo bastante ousado, mas sem ousadia, não teremos resultados?, comentou Gleisi. ?Em 2004 tivemos candidatos em 141 municípios, hoje, estamos articulados em quase todos?, explicou.
Com alguns nomes já definidos, como André Vargas em Londrina e Ênio Verri em Maringá, o partido aposta no consenso para definir os candidatos. ?Só deveremos ter prévias em Curitiba e Sarandi. Até em Cascavel, onde tínhamos dois pré-candidatos, deverá haver consenso?, comentou.
Para eleger o número almejado de prefeitos, o PT, além da formação de seus políticos (desde a orientação da campanha até orientações sobre política pública municipal) pretende explorar a ligação com o governo federal. ?A estratégia é mostrar como o governo federal do PT contribuiu para o desenvolvimento do Paraná. Em Curitiba não será diferente, já que muitas das obras feitas na atual administração fazem parte de programas federais e só forma possíveis com recursos da União?, explicou.
Foto: Aliocha Maurício |
Veneri quer ser prefeito. |
Dentro da política de alianças, Gleisi não descarta sequer uma conversa com partidos que tradicionalmente fazem oposição ao PT no estado, como PP, PSB e PDT. ?Com o PSB é mais difícil. Mas ainda aguardo uma conversa com o senador Osmar Dias (PDT). Eles fazem parte do governo, têm um ministro e seria muito interessante alguma aliança regional?, informou, salientando que PCdoB e PMDB seriam as alianças mais naturais
O momento político que o governo atravessa, tendo que tomar decisões como corte de investimentos e aumento de tributos por conta do fim da CPMF, anunciadas pelo ministro Paulo Bernardo (marido de Gleisi e um dos principais nomes do PT do Paraná) não preocupa sua candidatura à prefeitura de Curitiba . ?A postura tem sido a mais correta, com coragem para assumir posições impopulares ou até contrárias ao que o PT defendia para manter a sustentabilidade do país?, disse.
Nas prévias para a prefeitura de Curitiba, marcadas para o dia 9 de março, Gleisi já tem um oponente confirmado. O grupo de apoio à pré-candidatura do deputado estadual Tadeu Veneri apresenta ainda esta semana a sua inscrição ao processo. Durante o mês de fevereiro, serão realizados debates entre os pré-candidatos, conforme decisão do diretório municipal de Curitiba. Veneri tem o apoio de vários setores do partido às prévias, como o deputado federal Dr. Rosinha e a vereadora professora Josete.