O secretário do Planejamento do Estado, Ênio Verri, deverá ser o coordenador do programa de governo que o PT do Paraná começa a formular a partir desta semana. Verri será indicado amanhã, 23, na reunião da executiva estadual, pelo Campo Majoritário que, na semana passada, definiu o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, como seu pré-candidato ao governo do Estado nas eleições de 2010.

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Verri também é o nome do grupo para suceder Gleisi Hoffmann no comando do PT paranaense, a partir de outubro, quando o partido elege as novas direções nacional, estaduais e municipais. No encontro de amanhã, em Curitiba, o grupo planeja dar a largada para o processo sucessório buscando apoio das outras correntes para firmar Bernardo como candidato único ao governo e assim, deixar espaço para uma futura composição com o senador Osmar Dias (PDT) com quem as conversas se mantêm apesar da referência de candidatura própria.

O surgimento de outros nomes internamente poderia atrapalhar esse processo de aproximação com o PDT, considerado estratégico para a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República. O projeto, entretanto, esbarra nos vínculos do senador Osmar Dias com o PSDB do Paraná que, por sua vez, deixou o pedetista em alerta ao apresentar o senador Alvaro Dias e o prefeito de Curitiba, Beto Richa, como opções para 2010.

Sem concorrência

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Por enquanto, o ministro Paulo Bernardo não tem concorrentes internos. Os outros grupos não apresentaram outros pré-candidatos. O outro nome que havia sido cogitado, o diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, integra o Campo Majoritário e teria abdicado da candidatura em favor de Bernardo e do acordo com o PDT, embora alguns grupos planejassem lançá-lo como alternativa ao ministro do Planejamento.

Gleisi disse que a intenção é buscar o apoio das outras forças do partido para uma “construção unitária” na disputa estadual. A pré-candidatura de Bernardo não impede que se mantenha a busca por um acordo com o PDT e também com o PMDB, segundo a presidente do partido.

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No início do próximo mês, o PT começa uma série de discussões pelo interior para debater as propostas de governo e as candidaturas em 2010. “A construção de uma política de alianças não quer dizer que o partido não tenha uma proposta ou uma candidatura. Ter um nome como referência de candidatura é importante e não traz prejuízo na construção das conversas com o PDT e o PMDB, que são prioritários nesse processo”, comentou Gleisi.

Assim como o PDT e o PMDB já tem seus pré-candidatos, o PT também pode ter o seu, afirmou a presidente do partido. “Lá na frente, vamos decidir se o candidato será do PDT, do PMDB ou do PT. Agora, vamos discutir programas”, comentou. Gleisi vai propor que os três secretários do partido no governo Requião participem da coordenação do programa de governo. Além do Planejamento, o PT comanda as secretarias de Agricultura, Valter Bianchini, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.