Em busca de melhores condições para negociar uma aliança estadual, a escolha do ministro da Justiça, Tarso Genro, como pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul não prejudica os planos nacionais de composição para a disputa presidencial, segundo a direção petista no Estado. “Um partido com a candidatura resolvida não tem tensão interna e vai canalizar energia para fora, o que vai ser positivo para Dilma (ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff)”, argumentou o secretário-geral do PT gaúcho, Carlos Pestana.

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“Nas outras eleições, por nos movermos tarde perdemos oportunidade de dialogar”, comparou Tarso, cujo nome foi escolhido ontem por consenso em encontro estadual. A reunião indicou que o partido vai buscar composição com parceiros tradicionais como PSB e PC do B, além de PDT e PTB, desde que este último deixe o governo Yeda Crusius (PSDB). O PMDB, principal alvo na negociação nacional, ficou fora dos planos estaduais. “O PMDB aqui é adversário do PT”, constatou Tarso, sobre o retrospecto de disputa entre os dois partidos, que se enfrentaram no segundo turno das eleições para o governo em 1994, 1998 e 2002. Pestana acrescentou que o PMDB “é o principal partido de sustentação do governo Yeda no Estado”, já que o PSDB tem estrutura bem menor que a de seu aliado.

Elogiando o “esforço pelo consenso” no encontro que escolheu Tarso – com acordo para retirada dos outros dois nomes, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, e o deputado estadual Adão Villaverde em favor do ministro -, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse não ver risco de decisão gaúcha abrir precedente para outros Estados. “Interpretei a decisão do encontro regional como decisão que não é desalinhada com a direção nacional porque não há discussão madura e estruturada entre PT e PMDB no Rio Grande do Sul”, afirmou. Formalmente, a hipótese de “sacrificar” a candidatura estadual em favor de uma aliança com o PMDB existe, mas na prática o partido avalia que qualquer mudança nesse quadro é muito pouco provável no Rio Grande do Sul.

A escolha de seu nome como pré-candidato não significa “uma visão autoritária” de que a chapa está fechada, ressaltou Tarso, lembrando a possibilidade de oferecer lugar ao PDT na chapa majoritária. Formalmente, a possibilidade de que a candidatura estadual possa ser “sacrificada” em favor de uma aliança nacional com o PMDB existe, mas na prática o partido avalia que as chances do quadro se alterar são pequenas no Rio Grande do Sul.

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