O discurso do pré-candidato tucano à Presidência da República, José Serra, incomodou a coordenação da campanha da adversária, a petista Dilma Rousseff. Em reunião hoje com a ex-ministra, a coordenação avaliou que as afirmações de Serra sobre divisão do País, feitas durante o discurso da solenidade de lançamento de sua pré-candidatura, no sábado, não deveriam ficar sem resposta. Logo após a reunião, coube ao líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT), externar a reação, acusando o tucano de “desonestidade política” e de “arrogância”. Dilma e os coordenadores da campanha petista consideraram que o adversário Serra passou dos limites e subiu o tom quando falou que Lula divide o País.
“É uma desonestidade política acusar Lula de estar dividindo o País. O Brasil se unificou nacionalmente e mundialmente com Lula. As pessoas têm de ter cuidado para não cair na demagogia”, disse Vaccarezza.
“É muita arrogância alguém ter apenas três partidos, médios e pequenos, e falar em unidade”, continuou o petista, referindo-se aos partidos que manifestaram apoio à candidatura Serra pelo PSDB – DEM e PPS. “Nós temos a maioria”, disse Vaccarezza. Declararam apoio a Dilma, até agora, o PMDB, o PDT, o PR e o PCdoB. O PT e o PMDB são os dois maiores partidos do País.
No discurso que provocou reação dos petistas, Serra afirmou, sem citar nominalmente o presidente Lula ou o governo petista, que “quer ser o presidente da união” e que “o Brasil não tem dono.” “De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos, ou de ricos contra pobres”, disse o ex-governador.