A um mês de oficializar a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o PT se lançou em uma operação para evitar que sua tradicional disputa interna vire uma pedra no sapato na véspera da corrida ao Palácio do Planalto. Nas próximas semanas, a sigla terá a tarefa de lotear os cargos de sua nova direção nacional e buscará no afago aos grupos que compõem a estrutura partidária uma forma de garantir a unidade durante a campanha.

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Como primeiro passo, o grupo Construindo um Novo Brasil, vitorioso na eleição interna realizada em novembro, decidiu ampliar seu seminário anual, onde costuma debater os rumos da corrente. Convidou todos os grupos que apoiaram o presidente eleito do partido, o ex-senador José Eduardo Dutra.

Assim, o encontro – que acontece em São Roque (SP), nos dias 22 e 23 – será reforçado pelas tendências Novo Rumo e PT de Luta e de Massa, ambas recheadas de aliados da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. O objetivo do convite é justamente abrir a discussão sobre a distribuição dos dez assentos a que a chapa de Dutra tem direito na Comissão Executiva Nacional petista.

Do ponto de vista quantitativo, o rateio dos cargos não é problema, já que o estatuto do PT define que as 18 cadeiras da Executiva e 81 assentos do Diretório Nacional sejam distribuídos com base na proporcionalidade de votos obtidos por cada chapa. A briga, entretanto, gira em torno dos postos estratégicos do comando partidário.

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Na última semana, enquanto Dilma oferecia um jantar em Brasília ao núcleo de sua campanha, para acertar os detalhes do giro que fará pelo País, o comando petista recebia reivindicações das correntes para a montagem da Executiva. O grupo Novo Rumo, por exemplo, avisou que está de olho na Secretaria de Comunicação, para a qual deve indicar o deputado estadual Rui Falcão. Já o PT de Luta e de Massa teria interesse na pasta de Assuntos Institucionais. Salvo algum imprevisto, a Secretaria de Finanças ficará com João Vaccari Neto. Já a pasta de Organização deve continuar com Paulo Frateschi, ex-presidente do PT paulista.