O PT trabalha para fazer uma aliança com o PDT e o PMDB na sucessão estadual do próximo ano, mas também tem projeto de lançar candidato próprio ao governo. Este é o rumo do PT no Paraná apontado pela presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, respondendo às críticas de peemedebistas que cobraram posição do partido em relação aos contatos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o senador Osmar Dias (PDT) e uma suposta exclusão do PMDB do processo de alianças para 2010.

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“O PT está fazendo todo o esforço para acompanhar uma articulação nacional, que é ter no mesmo palanque o PT, o PDT e o PMDB. É com este sentido que estamos conversando e buscando um entendimento”, disse a presidente estadual do partido. Gleisi lembra que tanto o PDT como o PMDB são aliados do PT no Congresso Nacional e que, no Paraná, a conversa com o PDT segue essa lógica. “O fato de o presidente Lula falar do Osmar é natural. O senador está em Brasília, é da relação do presidente. É um nome e um candidato ao governo que tem força e expressão”, afirmou.

Agência Brasil
Lula: uma nova realidade.

Para a presidente estadual do partido, não há motivos para que a aproximação com o PDT desagrade peemedebistas como o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli, que fez duras críticas ao PT, acusado de ter feito um opção de aliança com Osmar no próximo ano. Romanelli também disse que o PT do Paraná tinha uma dívida com o governador Roberto Requião (PMDB).

“O PMDB não pode reclamar. Nossas conversas com o PDT não são uma afronta ao PMDB. Na eleição de 2006, o presidente Lula veio ao Paraná apoiar o governador, que só entrou na campanha do presidente no final. O fato é que nós sempre estivemos juntos. Nós respeitamos o governador e sua história e queremos manter a aliança com o PMDB. Mas o deputado Romanelli tem que levar em consideração que existe uma nova realidade”, citou.

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Opções

Se o PMDB tem o vice-governador Orlando Pessuti e o PDT lançou o senador Osmar Dias, o PT também tem suas opções para concorrer ao governo, lembrou Gleisi. Ela mencionou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, e o ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti. Os três nomes devem ser relacionados em resolução que o partido deverá aprovar na reunião da executiva estadual marcada para o dia 23 de março, em Curitiba. “Teremos uma resolução apresentando nossas posições e que vai apontar para uma construção unitária”, disse a presidente do PT.

Agência Senado
Osmar: conversas com Lula.
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Com os pré-candidatos apontados, PT, PDT e PMDB poderiam também trabalhar de forma unificada, verificando qual deles poderia ser a alternativa mais sólida para um projeto comum na disputa presidencial, defendeu Gleisi. “Quem vai ser o candidato, podemos definir numa discussão a posterior. Temos que ter um a conversa franca, verificando a viabilidade de cada um”, defendeu Gleisi.

Ela disse que ainda não há uma data definida para a vinda ao Paraná do presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini, que, logo após os feriados de Carnaval, começa a viajar pelos estados para articular as alianças de sustentação à candidatura a presidente da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

A presidente estadual do PT acha que a missão de Berzoini é fundamental já que o PMDB não tem uma coesão nacional e que os acordos vão depender, e muito,, das negociações regionais. Após o Carnaval, também, a direção estadual do PT irá se reunir com a direção estadual do PMDB para aparar as arestas.