A bancada do PT no Congresso pretende impetrar representação na Procuradoria Geral da República (PGR) para solicitar, dentre outras informações, a relação de parlamentares que podem estar envolvidos com o empresário do ramo de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso no final do mês passado na Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal e que levou cerca de 30 pessoas à prisão. A informação foi dada hoje pelo líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, em entrevista exclusiva ao Grupo Estado.
Pinheiro disse que o PT está preparando a peça, fazendo alguns ajustes e que outros partidos da base aliada, como o PSB e PDT, por exemplo, também irão assinar o documento. “Se as investigações correm em segredo, como é que vazam informações? Vamos pedir à PGR que os parlamentares citados (na Operação Monte Carlo, como o senador Demóstenes Torres, do DEM-GO) possam ser investigados para que exerçam seu direito de defesa e se não, teremos as informações necessárias para adotarmos outras medidas e os passos inerentes ao parlamento (como o processo de impeachment)”, exemplificou o petista.
O líder do PT no Senado disse que é preciso verificar também alguns pontos não esclarecidos em torno da Operação Monte Carlo, como por exemplo, os telefones antigrampos que Carlinhos Cachoeira teria dado a algumas pessoas, dentre elas parlamentares. “Se os telefones eram antigrampos, tinham as informações criptografadas, como é que essas conversas vazaram? É preciso esclarecer isso.” Além disso, o petista considera estranho que, mesmo detido, continuem saindo informações do empresário. “Será que Carlinhos, mesmo do presídio, continua desaguando essa cachoeira de informações?”, ironizou.