Empenhado em amenizar o estrago do caso da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) na candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, setores do PT cogitam contratar um “executivo” para comandar as finanças da campanha. A ideia, defendida por alguns membros da cúpula da legenda, é buscar um nome fora do meio político, talvez um empresário ou representante do setor financeiro. Segundo defensores da proposta, esta seria uma forma de evitar que acusações como as lançadas pelo Ministério Público Estadual sobre o novo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, contaminem o projeto eleitoral de Dilma.
O PT já propõe há algum tempo que o tesoureiro do partido não acumule as contas da campanha. Mas, depois que o caso Bancoop voltou à tona, no último fim de semana, dirigentes da sigla procuraram afastar qualquer possibilidade de Vaccari exercer as duas funções. O MP calcula em ao menos R$ 100 milhões o montante desviado na entidade, ligada ao PT. Vaccari presidiu a cooperativa até fevereiro, quando deixou o cargo para assumir o posto de tesoureiro do PT.
Alguns sugeriram de imediato que as contas da eleição fiquem a cargo do ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior, que ocupou o posto na campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Mas Filippi é candidato a deputado, o que levou a direção da legenda a escantear a sugestão. A única possibilidade de ele ficar com a vaga, dizem seus colegas de partido, é se ele abrir mão de concorrer a uma cadeira na Câmara.
Apesar de ter o endosso de parte da coordenação da campanha de Dilma, a proposta de trazer um executivo para a vaga não é consenso no PT. Parte dos dirigentes avalia que seria um tiro no pé colocar numa posição estratégica uma pessoa pouco familiarizada com trâmites de uma campanha eleitoral.