PT quer candidato próprio e mantém oposição a Kassab

O diretório municipal do PT em São Paulo reiterou hoje, no encerramento do 2º Congresso das Direções Zonais, a decisão de se manter na oposição ao governo do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Segundo o presidente do diretório municipal do PT, vereador Antonio Donato, após o encontro não há mais nenhuma incerteza sobre a posição do partido nas disputas municipais. “Se havia qualquer dúvida, deixamos isso consolidado: estamos na oposição ao governo Kassab e pretendemos apresentar um candidato próprio nas próximas eleições de 2012”, afirmou Donato à Agência Estado, rechaçando qualquer desconfiança de que a criação do PSD pelo atual prefeito de São Paulo poderia alterar o cenário político local.

Para o vereador, a sinalização de Kassab em direção a uma possível aproximação do governo federal e à presidente Dilma Rousseff não altera a postura do diretório municipal. “Acreditamos ser possível e necessário ter outra política para a cidade”, afirmou Donato, para quem qualquer aproximação com a atual administração municipal é inviável devido a pontos críticos levantados pelo PT. Entre eles a política de Kassab para o transporte público, as medidas que visam retirar pessoas de baixa renda do centro da cidade, entre outras.

Ao decidir pela indicação de um candidato próprio para as eleições de 2012, o diretório municipal do PT também encerra as suspeitas de que a base oposicionista poderia atrair nomes como o do deputado federal Gabriel Chalita (PSB-SP) para disputar as eleições municipais. Chalita foi convidado pelo PMBD para filiar-se ao partido e ser um dos nomes cotados para a disputa, segundo revelado no início de abril pelo presidente do PMDB de São Paulo, deputado estadual Baleia Rossi. “Queremos ter uma aliança ampla, mas decidimos ter um nome próprio”, afirmou Donato, após ser questionado sobre a possibilidade de Chalita ser o nome da oposição.

Na visão do presidente do diretório municipal do PT, o partido não enfrenta problemas para escolher o candidato. “Nomes não nos faltam. Queremos apenas escolher o nome mais adequado (para a disputa)”, afirmou Donato, citando uma extensa lista com sugestões como o da senadora Marta Suplicy e do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.

A pretensão do diretório municipal é concluir a escolha do nome à Prefeitura de São Paulo até o começo do próximo ano. Essa candidatura deverá ser sustentada em uma ampla base de apoio, incluindo o PMDB. A parceria municipal com o PCdoB e o PDT, entretanto, é mais incerta. “O Kassab adotou a política de atrair partidos que estiveram ao nosso lado na candidatura do Mercadante”, diz Donato, em referência à disputa do atual ministro pelo governo do Estado de São Paulo, no ano passado.

Outro pilar da candidatura municipal, defende o vereador, é a coalizão entre os diretórios estadual e nacional com o PT de São Paulo. Para tanto, será criado um conselho político cuja principal finalidade será envolver as direções das três esferas. “A disputa na cidade de São Paulo nunca é só municipal. Queremos envolver também as lideranças estaduais e nacionais”. O conselho deverá ser implementado até o final do próximo mês.

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