O coordenador geral da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jorge Samek, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, estão tentando atrair o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, do palanque de Lula.
Samek e Bernardo, junto com o deputado estadual Angelo Vanhoni, conversaram com Brandão que concordou em se encontrar com Lula no próximo dia 24, em Foz do Iguaçu. É possível que até lá Brandão esteja no exercício do governo, durante a licença do governador Roberto Requião (PMDB) e do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) para a campanha eleitoral.
Os petistas também alinhavaram uma conversa de Brandão com a candidata ao Senado pelo PT, Gleisi Hoffmann. A visita de Samek e Bernardo a Brandão ocorreu pouco depois de Brandão divulgar uma carta aberta aos paranaenses explicando passo a passo, como venceu a convenção do PSDB em favor da aliança com o PMDB, e depois foi atropelado pela direção nacional do partido, com a anulação da aliança. Em entrevista, Brandão disse que continua firme no apoio à reeleição de Requião, mas que o mesmo não ocorre em relação à candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República. O deputado tucano afirmou que Alckmin terá de convencê-lo com suas propostas a manter seu apoio. Quando Alckmin vir ao Paraná, Brandão disse que irá recebê-lo como qualquer outro candidato.
Para o presidente da Assembléia Legislativa, a direção nacional do PSDB cometeu o que classificou como um ?erro grave? ao vetar a coligação com o PMDB do Paraná. ?É por isso que o Alckmin está caindo nas pesquisas porque o caso do Paraná não é o único onde a direção se conduziu assim?, afirmou.
Durante a manhã, Brandão tomou café com Requião, junto com os outros seis deputados estaduais do PSDB que reafirmaram a posição de apoio ao PMDB. Brandão afirmou que a direção nacional do partido cometeu um equívoco ao apostar que o grupo que dá suporte à candidatura do senador Osmar Dias (DT) ao governo irá proporcionar mais apoio a Alckmin do que o PMDB de Requião. ?Vamos ver?, duvidou.
Apesar das decepções com a cúpula nacional tucana, Brandão afirmou que não pretende deixar o partido. Ele disse que ainda tem muitas brigas pela frente no PSDB, entre elas, a eleição da nova presidência nacional do partido. Brandão disse que ainda tem um mandato a cumprir e que lamenta apenas que tenha perdido alguns amigos no partido durante o processo.
Futuro
O presidente da Assembléia Legislativa afirmou que não tem interesse em ser indicado para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas, no lugar do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), que vai concorrer à reeleição. Pessuti foi indicado em março, mas até agora não foi nomeado porque foi preservado como uma alternativa para concorrer ao Senado ou a vice-governador se o PMDB disputasse a eleição com chapa pura.
Brandão disse que tem 45 anos de serventuário da Justiça – concessionário de cartório – e que também atua como agropecuarista desde 1964. E que por isso não se preocupa em ficar sem mandato nos próximos anos. Brandão está exercendo o seu sexto mandato na Assembléia Legislativa. Sobre sua posse no governo nos próximos dias, Brandão afirmou que irá manter a linha de trabalho de Requião.