Além do modelo de uma frente popular para as eleições de 2018 – o que pode encobrir a sigla PT, hoje sob o estigma dos escândalos de corrupção – o partido vai defender durante seu 5º Congresso, em Salvador, a criação de novos bancos públicos para financiamento da produção e a reforma do Estado.

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Documento interno obtido pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, também destaca a necessidade de “reinvenção do mercado”, que passaria pelo fortalecimento de cadeias produtivas regionais. Modelo semelhante foi tentado na primeira gestão de Lula na Presidência, quando o então presidente do BNDES Carlos Lessa buscou implantar a política de cadeias produtivas no processo de concessão de financiamentos do banco. A estratégia não surtiu o efeito esperado.

“O Estado precisa reconstituir-se fundamentalmente para o verdadeiro mar que organiza os micro e pequenos negócios no País, com políticas de organização e valorização do setor por meio da criação de bancos públicos de financiamento da produção e comercialização, fundos de produção e difusão tecnológica e de assistência técnica e de compras públicas”, diz a proposta, que será apresentada pela chapa da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, como resolução final do encontro.

O 5º Congresso do PT será aberto na quinta-feira, 11, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e irá até sábado, em Salvador. A presidente Dilma Rousseff comparecerá apenas no encerramento do encontro, pois viajou nesta tarde para Bruxelas, onde participará da Cúpula Celac/União Europeia.

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O documento que deve ser aprovado pelo PT em Salvador propõe, ainda, uma reorganização das políticas públicas, mas não dá detalhes de como esse modelo poderia funcionar. “Enquanto o Estado funciona na forma de caixinhas setoriais (educação, saúde, trabalho, entre outros) e regionais, os problemas atuais tornam-se cada vez mais complexos e totalizantes, incapazes de serem superados pela lógica de organização pública em partes que não se comunicam”, diz um trecho da Carta de Salvador.

Para o grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Estado perdeu capacidade de financiar o modelo de desenvolvimento e, apesar do esforço do governo para manter o ritmo da economia, com subsídios fiscais e elevação dos juros, o resultado foi aquém do esperado. “O ‘espírito animal’ do capital industrial não despertou, apesar da ampla política de desonerações”, afirma o texto.

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