PT precisa identificar e enfrentar a maré conservadora, diz manifesto

O manifesto do PT divulgado no início da noite desta segunda-feira, 30, elaborado em encontro dos dirigentes estaduais com o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, e com o ex-presidente Lula, propõe que o partido saia da “defensiva” e retome a “iniciativa política” para enfrentar a “maré conservadora em marcha”, que precisa ser mais “bem identificada” pelo partido. O documento também ressalta que o PT deve “assumir responsabilidades e corrigir rumos”.

Um mea-culpa que o documento traz é dizer que o partido se afastou da democracia participativa, cuja ausência, explica o documento, é causa direta dos “desvios que abalaram a confiança no PT”. O manifesto diz ainda que o partido precisa desmanchar a “teia burocrática que imobiliza as direções em todos os níveis e nos acomoda ao status quo”.

Defende também que o partido deixe de agir politicamente apenas no período eleitoral e volte a representar cotidianamente a política “das massas”. O manifesto reconhece que movimentos sociais, da juventude e dos trabalhadores, se afastaram do partido por causa desses erros – dizendo que se tornaram alheios, indiferentes e até hostis ao PT – e propõe correções.

O texto diz que essas mudanças, de “retomada partidária”, têm de ser feitas pela via da política e não pela via administrativa. Os erros assumidos no texto, contudo, restringem-se ao espectro político e não tangem a política econômica. Segundo o manifesto, o quinto congresso do PT, que acontecerá em junho, na Bahia, servirá para “sacudir” o partido e promover um reencontro com suas origens nos anos 1980, a fim de que o partido “retome sua radicalidade política, seu caráter plural e não dogmático”. O documento diz que o partido tem que se afastar do “pragmatismo pernicioso” e não dar trégua ao “cretinismo parlamentar”.

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