Se nenhum candidato ao governo do Distrito Federal conseguir apoio para se eleger no primeiro turno da eleição indireta que será realizada no sábado, o PT poderá ser o fiel da balança e votar em Rogério Rosso, candidato do PMDB, numa segunda etapa do processo. O PT tem um candidato, Antônio Ibañez, mas ele só deve receber os votos dos quatro deputados distritais do partido.

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Rosso sucedeu Durval Barbosa na gestão da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Durval é apontado como o operador do “mensalão do DEM” e depois veio a ser o delator do esquema. Pela gestão à frente da companhia, Durval responde a diversas ações judiciais por desvios milionários.

Outra possibilidade é a de o PT apoiar, no segundo turno, Luiz Felipe Coelho, ex-presidente da Ordem dos Advogados (OAB-DF), candidato do PTB. Tudo dependerá de quem – Rosso ou Coelho – será o escolhido do chamado “grupo dos 10”. Porém, o senador Gim Argello, presidente do PTB local, admite que Rogério Rosso é favorito. “O nosso candidato tinha mais apoio antes, mas estes votos migraram e agora está difícil recuperar”, disse.

Os dez deputados do grupo têm um objetivo claro: enfraquecer o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que deseja se eleger para um mandato de quatro anos em outubro. Na prática, isto significa votar contra o governador interino, Wilson Lima (PR), apoiado por Roriz. Se o grupo não chegar a um consenso e votar rachado entre Rogério Rosso e Luiz Felipe Coelho, o PT colocará na balança os interesses nacionais do partido antes de decidir quem apoiará.

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O PTB, de Coelho, terá Gim Argello como candidato a governador em outubro. O partido ainda discute um possível apoio a José Serra, pré-candidato do PSDB à Presidência, mas Gim Argello é claro: “Darei palanque para Dilma”.

O PMDB não tem candidato ao governo para as eleições de outubro até agora, mas é dono de cinco minutos de tempo na TV e no rádio que seriam preciosos para a campanha do PT local, que lançará Agnelo Queiroz na disputa pelo governo do DF. Fortalecer Queiroz seria robustecer a candidata do PT à sucessão de Lula. “As conversas com o PT estão em curso e o momento de convergência se aproxima”, avalia Tadeu Filippelli, presidente do PMDB-DF.

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Apoio

Wilson Lima, governador interino, que aparecia como franco favorito na corrida, vem perdendo apoio. Hoje, apenas sete deputados distritais prometem voto a ele. Muitos deputados estão receosos em votar no governador interino porque poucos conhecem o vice da chapa, Jucivaldo Salazar. Nos bastidores, os deputados se queixam que a chapa de Lima poderá servir a interesses unicamente partidários, excluindo os apoiadores na formação do governo tampão.

Para romper esta barreira, o deputado Milton Barbosa (PSDB) questionou à Mesa Diretora se as regras da eleição não poderiam ser alteradas para que os partidos pudessem, a esta altura, ainda fazer coligações. A intenção era, com o nome do vice em aberto, buscar apoio entre outras legendas. Mas a resposta da Procuradoria foi negativa, e o presidente da Câmara, Cabo Patrício (PT), foi categórico: “As regras não vão mudar”.