A bancada do PT na Assembléia Legislativa e a direção estadual do partido vão pedir formalmente ao governador Roberto Requião (PMDB) que desista da ação direta de inconstitucionalidade contra a lei federal, que implantou o piso salarial nacional dos professores.

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Em reunião no final da tarde de ontem, os deputados estaduais e a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, decidiram pedir uma audiência com Requião para apresentar a posição do partido e solicitar que se retire da Adin, assinada também pelos governadores do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), do Rio Grande do Sul, Ieda Crucius (PSDB), de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e do Ceará, Cid Gomes (PSB).

Requião somente retorna a Curitiba no final de semana. Ele volta hoje, 5, do Japão, mas vai direto a Foz do Iguaçu, onde participa da Rodada de Integração Produtiva dos Governadores e Prefeitos do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul: Eixo Sul.

Arnaldo Alves/SECS
Requião: contestou por quê?

Os deputados do PMDB e a presidente do partido no Estado conversaram com a presidente da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, sobre o tema. A direção da APP se disse surpresa com a decisão de Requião de contestar o piso.

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Como o governo do Paraná já paga mais do que o piso nacional por quarenta horas de aulas semanais, a motivação do governador não teria sido o valor do piso, estipulado em R$ 930, mas o aumento do número de horas-atividade de 20% para 33% da carga horária.

A medida obrigaria o estado a contratar cerca de novos seis mil professores, que substituiriam os colegas que teriam mais tempo para desenvolver atividades fora da sala de aula.

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Conciliação

Arquivo
Pugliesi: “Eles são inteligentes”

Os peemedebistas estão contemporizando em relação às críticas dos petistas que, após as eleições municipais e depois de seis anos de aliança com o governo, resolveram abrir algumas frentes de discordância com Requião. O presidente estadual do PMDB, deputado estadual Waldyr Pugliesi, disse que não vê nenhum movimento de descolamento dos petistas do governo do Paraná.

“Eles são suficientemente inteligentes para saber que ninguém vai prescindir, em determinadas horas do PMDB. Pelo que me consta o Lula ainda é do PT e lá em Brasília, o movimento é para ficarem bem próximos do PMDB”, afirmou.

Pugliesi lembrou ainda que o PT tem responsabilidades com o governo, já que tem dois secretários na equipe: Valter Bianchini, no Planejamento, e Enio Verri, do Planejamento. “O Bianchini e o Verri são competentes. Eu os considero como companheiros”, comentou.

O dirigente peemedebista não descarta a possibilidade de alguns setores do PT estarem planejando um distanciamento a partir da descrença das possibilidades eleitorais do PMDB na sucessão de 2010.

“Talvez, tenha gente prevendo que o PMDB não terá um candidato competitivo e começa a bater em outras portas. Mas se alguém está pensando isso, que saiba que não se deve desprezar a força política eleitoral do PMDB”, disse.