A líder do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputada Érika Kokay, anunciou esta tarde que o partido assinará um requerimento pedindo o afastamento do presidente da Casa, Leonardo Prudente, do cargo. O documento deve ser registrado e votado pelo plenário da Câmara na segunda-feira. Prudente é o deputado distrital flagrado em vídeo colocando dinheiro nas meias de um suposto esquema de propina.

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Leonardo Prudente pediu afastamento do comando da Câmara Legislativa por 60 dias, alegando questão de saúde, mas, pouco menos de um mês depois, autorizou sua própria volta ao cargo sem comunicar a Mesa Diretora da Casa. Hoje, as secretárias do gabinete da presidência informam a quem telefona que Leonardo Prudente é o presidente em exercício e o material de trabalho do vice-presidente, Cabo Patrício (PT), já foi retirado da sala. Mas a bancada do PT ainda questiona o retorno de Leonardo Prudente.

Érika Kokay afirma que Prudente não poderia ter voltado antes dos 60 dias pedidos e avalia que o retorno antecipado é uma manobra do deputado em conluio com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. A Procuradoria da Câmara Legislativa prepara, porém, um parecer corroborando a volta de Leonardo Prudente ao comando da Casa. Neste momento, os membros da Mesa Diretora estão reunidos em local não revelado, discutindo com Prudente seu retorno à presidência da Câmara.

Na segunda-feira, quando a Câmara Legislativa retornará do recesso parlamentar por autoconvocação, haverá eleição para a nova composição das comissões temáticas, além da comissão especial que analisará os pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda. Segundo Érika Kokay, o PT lançará candidatos à presidência da Comissão de Constituição e Justiça; ao comando da comissão especial; e ainda à chefia da CPI da Corrupção.

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“O PT disputará todos os espaços para que tenha a segurança de que as investigações sejam feitas de fato”, disse Kokay. De acordo com a deputada, o PT também pedirá ao Ministério Público do Distrito Federal que acompanhe a tramitação das investigações. Sem citar fontes, Kokay disse que existe a denúncia de que o governador Arruda tem pressionado servidores comissionados a atrapalharem os trabalhos na Câmara Legislativa.