PT-PE chega coeso na eleição estadual, afirma Costa

Desgastado com a derrota na disputa pela Prefeitura de Recife, o senador Humberto Costa considera que o PT chega “mais coeso” na disputa eleitoral deste ano. Na última eleição municipal de 2012, o partido foi um verdadeiro palco de brigas, que culminou num racha após o então prefeito de Recife, João da Costa (PT), ser impedido pelos próprios petistas de disputar a reeleição. Na ocasião, Humberto Costa foi alçado como um nome de consenso para disputar a campanha, mas acabou ficando apenas em terceiro colocado atrás de Daniel Coelho (PSDB) e de Geraldo Júlio (PSB), que se elegeu no primeiro turno. “Chegamos bem mais coeso. Não tivemos muitos problemas nesse processo eleitoral a não ser esse episódio do PTLM”, afirmou Costa ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, ao se referir à decisão tomada no começo da semana por integrantes da corrente PT de Lutas e Massas (PTLM) de aderir à campanha adversária de Paulo Câmara (PSB) para o governo do Estado em Pernambuco.

Apesar de acreditar que as disputas se arrefeceram no momento, Humberto Costa defende mudanças internas. “Acho que o partido vai passar por um processo de reforma interna. Vamos ter que resolver alguns problemas concretos, com prefeitos que não tiveram o empenho que nós imaginávamos que deveriam ter”. Segundo ele, durante a disputa estadual, foram verificados casos em que alguns prefeitos da legenda no interior, apesar de apoiarem a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), não levantaram a bandeira para Armando Monteiro (PTB), candidato ao governo do Estado apoiado pelos petistas no âmbito nacional.

Atualmente, Monteiro está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos atrás de Paulo Câmara, que passou a figurar como favorito após a morte do ex-governador Eduardo Campos. Questionado se o PT passaria a fazer uma oposição mais combativa numa eventual gestão de Câmara, Humberto Costa disse que a decisão ainda não foi tomada. “Não sei muito bem. Mas a tendência natural é a gente permanecer na oposição e que ela seja mais afirmativa do que está sendo até hoje, porque vamos ter passado por um episódio eleitoral em que o enfrentamento que houve foi importante e isso tem repercussões nas relações políticas. Aqui construímos uma polarização. Ela vai se refletir posteriormente na relação do governo com a oposição.”

A estratégia da coligação estadual nesta reta final será a de tentar “casar” o voto de Dilma em Armando Monteiro. Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra que a petista tem 43% das intenções de voto contra 36% de Marina Silva (PSB) entre os eleitores de Pernambuco na disputa pela Presidência da República. Aécio Neves (PSDB) tem 4%. “Nossa expectativa é fazer um voto muito casado porque Dilma e Armando são fortes no interior e João Paulo (candidato do PT ao Senado) tem muitos votos na região metropolitana. Dilma também vem crescendo na região metropolitana. Se a gente fizer esse voto casado, os três podem se beneficiar disso”.

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