O Diretório do PT de São Paulo rechaçou hoje a reportagem publicada pela revista Veja que associa o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante (PT), ao episódio conhecido como Dossiê dos Aloprados, ocorrido durante a campanha eleitoral de 2006. No escândalo, pessoas ligadas ao PT teriam tentado comprar um dossiê contra tucanos, entre eles o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra.
Por meio de nota à imprensa, o PT defende que o Procurador-Geral da República da época, Antônio Fernando de Souza, afirmou na ocasião que não havia indício de participação de Mercadante no caso e que o Supremo Tribunal Federal votou pela nulidade e arquivamento do inquérito.
A edição da revista Veja que entrou em circulação hoje afirma que Mercadante é citado em uma gravação, à qual a publicação teve acesso, em que o atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Expedito Veloso, afirmou a colegas do PT que o plano do dossiê foi “tocado pelo núcleo de inteligência do PT, mas com o conhecimento e a autorização do senador (Mercadante)”. “Ele (Mercadante), inclusive, era o encarregado de arrecadar parte do dinheiro em São Paulo.”
Mercadante também concorreu ao governo de São Paulo em 2006. A reportagem afirma ainda que o dinheiro para a compra do dossiê veio do PT paulista e do então candidato ao governo de São Paulo, Orestes Quércia (PMDB), morto no fim de 2010. O objetivo seria levar a eleição para o segundo turno. “Os dois (Mercadante e Quércia) fizeram essa parceria, inclusive financeira. (…) As fontes (do dinheiro) são mais de uma. (…) Parte vinha do PT de São Paulo. A mais significativa que eu sei era do Quércia”, afirmou Veloso, segundo a gravação obtida pela revista.
Resposta
O comunicado do PT rechaça a reportagem da Veja e diz que a revista se “auto-desmente”. Os petistas alegam que, na gravação, Expedito Veloso nega envolvimento nas discussões sobre recursos financeiros. “Essa negativa reforça o quanto é descabida uma suposta aliança do então senador Mercadante com o ex-governador Orestes Quércia nas eleições de 2006,” afirma o PT.
“É lamentável que essas requentadas ilações político-eleitorais somente apareçam agora, cinco anos depois do episódio, quando o ex-governador Quércia faleceu e não tem como se manifestar”, acrescenta a nota.