O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), acredita que a atual crise que atinge o governo da correligionária, presidente Dilma Rousseff (PT), terá reflexos nas eleições municipais para a legenda no ano que vem. Contudo, diz que isso não será o fator essencial para o bom ou o mau desempenho dos candidatos petistas nas urnas. “O PT não está disputando vida ou morte nessas eleições municipais, talvez uma vitória que seria mais tranquila poderá ser mais suada, mas não creio que será um teste para nós porque o PT é um partido forte e consolidado”, disse Marinho, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Na sua avaliação, as eleições municipais terão uma dinâmica diferente e irão depender mais do trabalho realizado pelos gestores da legenda do que de outros fatores, como o eventual apoio de padrinhos políticos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve protagonismo na eleição de seu afilhado político, o prefeito da Capital, Fernando Haddad, em 2012. “A força do Lula continua, eu diria até algo que não vai acontecer, mas se acontecesse de derrubarem a Dilma hoje, Lula se elegeria presidente, mas, as eleições municipais (de 2016) dependerão basicamente do trabalho das lideranças locais, não vai ter a figura dos padrinhos políticos fazendo o diferencial.”

Indagado sobre avaliação recente feita pelo deputado cassado José Dirceu, réu no mensalão, de que o PT não deve ter bom desempenho nas urnas nas eleições municipais do ano que vem, em razão da crise que atinge o governo Dilma e os reflexos da Operação Lava Jato, Luiz Marinho é direto: “O Zé Dirceu não tem que ficar analisando isso, tem que ficar quieto e cuidar da defesa dele.”

Para o prefeito de São Bernardo, conhecido como um dos mais próximos interlocutores de Lula, seu partido tem condições de reeleger muitos correligionários em 2016, inclusive no pleito que deverá ser um dos mais acirrados do País, a corrida pela Prefeitura de São Paulo. “Haddad pode se reeleger”, avalia, ressaltando que a disputa com a senadora Marta Suplicy, que deixou o PT para concorrer nessas eleições, não assusta. “Vamos disputar com ela, que tem a consequência de ter deixado o partido, ter cuspido no prato que comeu e assumido outras bandeiras.” Ele avalia também que deverá fazer seu sucessor na cidade.

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PMDB

Na entrevista que concedeu ao Broadcast Político, Marinho falou também sobre a tensa relação entre PT e seu aliado PMDB. “Acho que está na hora da alta cúpula dos dois partidos conversar e buscar ajustar os ponteiros, afinal os dois estão governando o País. Temos de pensar no País, não se pode aprovar projetos que vão contra os interesses do Brasil, até o PSDB sabe disso. Não adianta ficar fazendo proselitismo, criando um estado de governança por pouco tempo, tem coisa aí que não aguenta uma década, por isso é preciso cuidado com isso.”

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