A candidatura de Gleisi Hoffmann ao Senado é inegociável e, para manter a posição, o PT lançará candidato próprio ao governo nas eleições deste ano. Este é o resumo da posição firmada ontem em reunião da executiva estadual do PT, realizada em Curitiba.

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A decisão da executiva já foi comunicada à direção nacional do partido e será referendada pelo diretório estadual, em reunião que será realizada no próximo dia 24. Até a reunião do diretório, a direção espera ter uma conversa com o ex-prefeito de Londrina Nedson Micheletti e a ex-secretária Lygia Pupatto para definir qual dos dois será o candidato ao governo.

Se não houver consenso, a escolha poderá ser feita no encontro ou o partido poderá convocar prévia. Micheletti e Pupatto são os dois petistas que demonstraram interesse em disputar o governo.

O presidente estadual do PT, Ênio Verri, disse que a decisão do partido encerra as conversas com o PDT do Paraná sobre aliança de apoio à candidatura ao governo do senador Osmar Dias.

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“Nós fomos bastante flexíveis nessa conversa com o PDT. Nós abrimos mão de tudo e pedimos apenas uma vaga ao Senado”, disse, ao comentar a posição do PDT que condicionou a continuidade das negociações à mudança de Gleisi na chapa, passando de pré-candidata ao Senado para candidata a vice-governadora.

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Gleisi: candidatura inegociável.

Osmar Dias e Gleisi Hoffmann participaram do ato público em defesa da instalação de um Tribunal Regional Federal no Paraná, ontem, na sede da OAB, mas pouco conversaram.

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Osmar Dias disse estar cansado da conversa sobre alianças. “Gastei muito tempo com esse assunto na semana passada. Nesta semana vou trabalhar pela instalação do Tribunal no Paraná e pelo fim da multa do Banestado”, disse Osmar, que revelou mágoa com os resultado “não” alcançados até agora na conversa sobre aliança. “Se a aliança fosse discutida para eleger presidente, governador e senador, daria certo. Agora, só para eleger senadora, fica difícil”, resumiu.

A queixa de Osmar desagradou Gleisi. “Trabalho há um ano e meio por essa aliança, inclusive, recebendo críticas de diversas pessoas dentro do partido. Ninguém mais do que eu defende essa aliança. É triste essa personificação, me colocando como empecilho”, disse Gleisi, que ainda deixou as portas abertas para a aliança com o PDT.

“Estou à disposição do partido, que entende que devemos ter candidatura ao Senado. Se me pedirem para ser vice, farei pelo partido, não serei o empecilho. Mas acho que se a direção nacional ou o presidente Lula forem pedir isso, já teriam feito”, comentou.

Gleisi também comentou a possibilidade de, se tiver a candidatura ao governo inviabilizada (caso não feche aliança com o PT), Osmar Dias recue e tente a reeleição ao Senado, dificultando, inclusive o objetivo do PT de fazer um senador.

“É um direito que ele tem e eu nunca ia achar isso um recuo. Mas é uma pena para ele e para o Paraná, que perderia um candidato com reais condições. Mas para a minha pré-candidatura, não mudaria nada. Não faço cálculo eleitoral. Não me preparei para ser candidata a vice ou ao governo, me preparei para o Senado, em qualquer quadro”, disse.