Pega de surpresa, a cúpula do PT ainda busca, no início da tarde desta quarta-feira, 15, detalhes e explicações sobre a prisão do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, antes decidir qual estratégia será tomada para responder à prisão.

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Até o final da manhã, a direção petista estava perdida em busca de informações sobre os motivos da prisão. “Primeiro temos que saber qual o embasamento jurídico, quais os argumentos do juiz (Sergio Moro) e da Polícia Federal antes de elaborarmos uma resposta”, disse um dirigente.

O presidente do partido, Rui Falcão, saiu de Brasília às pressas rumo a São Paulo para se reunir com os demais dirigentes e escolher o rumo que será tomado. Internamente, integrantes da direção petista lamentam o fato de Vaccari não ter sido afastado na semana passada, depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou a objeção à saída do tesoureiro. Lula será consultado sobre a estratégia de resposta. Uma nota deve ser publicada até o final da tarde.

Integrantes da corrente Mensagem ao Partido pretendiam encaminhar nesta quinta um pedido de afastamento de Vaccari à executiva nacional do partido, que deve se reunir em São Paulo, mas também foram surpreendidos pela prisão.

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Embora tivesse poucas chances de ser aprovada pelas instâncias partidárias, a solicitação da Mensagem criaria um clima de constrangimento no restante do partido, levaria à uma negociação interna sobre o tema e poderia forçar Vaccari a se licenciar voluntariamente.

Pesava a favor do tesoureiro o desempenho no depoimento à CPI da Petrobrás, na semana passada, considerado “muito bom” pela alta direção petista. Além disso, o partido não encontra um nome disposto a substituí-lo.

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A prisão de Vaccari prejudica a estratégia de reação do partido às denúncias de corrupção, cujo ponto de partida seriam as reuniões da executiva e do diretório nacional nesta quinta e sexta, 17, em São Paulo, e a realização do primeiro debate preparatório para a segunda etapa do 5º Congresso Nacional do PT, marcado para junho, em Salvador.

Um dos pontos de partida seria a decisão de não aceitar mais doações de empresas privadas, defendida por correntes minoritárias como Mensagem e Movimento PT, além de setores da majoritária Construindo um Novo Brasil.