A expectativa de setores do PT no Congresso é pela troca do ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, depois da substituição de Antonio Palocci pela senadora Gleisi Hoffmann na Casa Civil. Os petistas esperam e defendem que a mudança ocorra até sexta-feira, para que a próxima semana já comece com uma nova cara na articulação política.

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Para o lugar de Luiz Sérgio estão cotados o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e o senador Wellington Dias (PT-PI). Caso Vaccarezza ocupe o cargo, para o seu lugar na liderança poderá ir o deputado Pepe Vargas (PT-RS). O nome do ex-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), é defendido por setores da bancada ligados ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e ao líder do PT, Paulo Teixeira (SP), mas o problema de coordenação política do governo não ficaria resolvido.

Vaccarezza e Chinaglia têm atritos e muitas divergências quanto à condução da articulação política. Os dois em postos de comando significaria disputa na certa. Parte da falta de coordenação política do governo com o Legislativo nas votações é creditada à disputa entre os dois grupos que claramente se formaram na eleição do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e que estão discutindo um substituto para Luiz Sérgio. Vaccarezza e seus aliados saíram derrotados, no entanto, assumiram a responsabilidade política do governo em postos chaves.

O ex-ministro Antonio Palocci, o ministro Luiz Sérgio e o líder Vaccarezza são do mesmo grupo. Da turma apelidada de “três porquinhos” – Palocci, o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo – apenas o último ficou com Marco Maia na disputa, mas sua pasta, o Ministério da Justiça, não trata diretamente com as articulações políticas do governo.

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Essa divisão dos grupos ficou nítida na votação do projeto do Código Florestal. Vaccarezza tomava decisões com os líderes da base sem ouvir o líder petista. Marco Maia marcou a votação do projeto sem avisar o líder do governo, que defendia outra data para o projeto ir ao plenário. O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), era um dos comandantes das negociações, deixando o PT, maior partido na Câmara, isolado.