PT e Rede pretendem apresentar requerimentos para convocar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e o empresário Joesley Batista, da JBS, para prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados sobre denúncia contra o presidente Michel Temer. Com pressa, o Palácio do Planalto quer, no entanto, que sua defesa seja apresentada na CCJ na quarta-feira, 5.
Segundo o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), a ideia é apresentar uma série de requerimentos já na reunião de terça-feira, 4. “O procurador-geral é o acusador. (A convocação do Janot) não é só pela peça de acusação, mas para que ele possa também ouvir perguntas dos deputados.”
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), no entanto, disse não encontrar previsão regimental para convocar Janot. “Tenho uma tendência de achar que isso não é cabível”, disse.
Além dos três nomes, o PT deve pedir a convocação dos policiais federais que fizeram a perícia no áudio da conversa entre Batista e o presidente Temer. Outro nome que pode ser chamado a dar explicações é Ricardo Saud, diretor financeiro do Grupo J&F.
A estratégia do partido e da oposição, como um todo, é usar todas as dez sessões previstas no regimento para fazer a análise do caso. Para isso, segundo Zarattini, o PT é favorável ao cancelamento do recesso parlamentar. “É uma situação muito grave. O Brasil quer saber e merece muitas informações sobre esse caso. Se a gente conseguir aprovar esses requerimentos, vai ser interessante o governo esperar para apresentar sua defesa”, disse.
Na semana passada, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) também protocolou um requerimento para que Janot vá pessoalmente à CCJ explicar a acusação contra o peemedebista. Segundo Molon, “a denúncia encaminhada a esta Casa traz à tona fatos extremamente graves que ilustram uma das maiores crises políticas que o País já enfrentou”.
Zarattini também comentou sobre a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima pela Polícia Federal dentro da Operação Cui Bono. “Como disseram (Joesley Batista), esse governo é de bandidos que ou estão no Planalto ou na prisão. Como ele (Geddel) não estava em nenhum dos dois, prenderam”, ironizou.