PT e PSDB divergem sobre ‘meritocracia’

Tema recorrente no discurso dos ex-governadores tucanos José Serra e Aécio Neves e invocada como a marca de gestão do PSDB, a meritocracia entrou no vocabulário do PT, ainda que o partido, por sua relação simbiótica com o sindicalismo, tenha mais dificuldade em transpor a resistência de corporações ao sistema de avaliação e promoção por mérito no serviço público.

Sem alarde, o governo federal implantou por decreto, assinado dia 19 de março, a avaliação de desempenho entre servidores da União. Na semana passada, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, defendeu uma reforma administrativa “com meritocracia e profissionalismo”. Nas diretrizes do PT para o programa de governo de Dilma é feita a defesa do “serviço público de qualidade, submetido a processos meritocráticos de seleção e promoção”.

O governo federal, disse a diretora de Relação do Trabalho do Ministério do Planejamento, Marcela Tapajós de Silva, implantou a meritocracia “de forma negociada” devido à forte resistência entre servidores, que associam a avaliação à possibilidade de demissão. A União fez debates por três anos com servidores antes de adotar a política.

Coordenador da pré-campanha de Dilma Rousseff, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel disse que o que está em jogo neste debate é a razão pela qual se busca um Estado eficiente. Segundo ele, o “Estado enxuto” alardeado pelos tucanos é sinônimo de privatizações e cortes. “O PT quer um Estado eficiente para construir o desenvolvimento com justiça social.”

Para o deputado Sidney Beraldo, ex-secretário de Gestão Pública e coordenador da pré-campanha do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo, a meritocracia não significa “Estado mínimo”. Ele criticou a política de reajustes lineares da União. “Demos aumento, corrigimos salários. Só que valorizamos mais os que produzem mais.”

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