Foto: Lucimar do Carmo/O Estado |
Deputado estadual André Vargas durante sessão em que PT e PMDB selaram pacto de apoio mútuo no segundo turno. continua após a publicidade |
O PMDB e o PT selaram ontem um pacto de apoio mútuo neste segundo turno da campanha eleitoral para reeleger o governador licenciado Roberto Requião (PMDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O acordo foi formalizado ontem, dia 16, durante encontro das executivas estaduais dos partidos na sede do diretório regional do PMDB, em Curitiba. Requião não participou da reunião e permanece neutro na sucessão presidencial, para não perder os eleitores que votam nele e no candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin.
O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, um crítico do governo Lula, e o presidente estadual do PT, André Vargas, que faz oposição a Requião na Assembléia Legislativa, deixaram as divergências de lado para articular a aliança deste segundo turno. ?A sintonia e a proximidade de projetos dos dois governos nos leva a estar juntos neste segundo turno, assim como decidimos nos empenhar para impedir o retorno do Fernando Henrique Cardoso e do Jaime Lerner?, disse Vargas.
Para o dirigente petista, prevaleceu entre os dois partidos a concepção de que o projeto da reeleição é maior do que eventuais desavenças entre setores dos dois partidos. ?Estamos pensando no projeto maior. O apoio do PMDB agrega para a campanha do Lula. E de novo, o PT poderá decidir a eleição a favor do Requião, no Paraná?, disse Vargas, relembrando que PT e PMDB foram aliados no segundo turno da disputa para o governo em 2002, quando Requião foi eleito para este segundo mandato.
Para Dobrandino, não é hora de alimentar conflitos ou se agarrar a posições pessoais. ?A hora é de defender os interesses do povo?, discursou o presidente estadual do PMDB. Ele afirmou que a orientação de apoio a Lula será feita a todos os diretórios municipais do partido.
Um dos primeiros peemedebistas a declarar apoio a Lula já no primeiro turno, o vice-governador licenciado e candidato à reeleição, Orlando Pessuti, afirmou que o acordo representa a entrada da militância do PMDB na campanha presidencial petista e também a atração de peemedebistas que apoiaram o candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, no primeiro turno. ?Temos uma parcela significativa de deputados que apoiavam Alckmin e não apoiarão mais. Mas, o mais importante, neste momento, é a entrada da militância, que vai defender a campanha de Lula por todo o Paraná?, disse Pessuti.
Na rua
Enquanto o PMDB se organiza para participar do comício do presidente Lula no próximo sábado, 21, em Curitiba, os petistas gravam depoimentos de apoio a Requião para ser exibido no horário eleitoral gratuito. O presidente estadual do PT e o deputado estadual Ângelo Vanhoni estão entre os petistas que devem aparecer na propaganda de Requião. O depoimento de Gleisi Hoffmann, uma das coordenadoras da campanha de Lula no Paraná, que disputou o Senado no primeiro turno, já está sendo exibido.
Requião apoiou Gleisi no final da campanha eleitoral e também apareceu no programa da petista pedindo votos para sua candidatura ao Senado. Ontem, Gleisi disse que o apoio do PMDB foi importante na sua campanha. ?Nosso apoio não é por adesão, nem foi instantâneo. Foi uma decisão discutida e amadurecida internamente. O PMDB fez a diferença na minha campanha. E agora vai fazer a diferença na eleição do Lula. Sabemos o que está em jogo nesta eleição. Não queremos a volta do passado. Por isso, estamos unidos para vencer?, disse.
Por enquanto, os petistas somente pedem votos para Requião no horário eleitoral. Segundo Vanhoni, a legislação eleitoral impede que os petistas usem o horário de Requião para fazer a campanha de Lula. ?Em Curitiba, o PMDB está quase que unânime com Lula. Há uma minoria que está com Alckmin?, comentou Vanhoni.