Aliados no segundo turno das eleições, o PT e o PMDB começam agora a discutir que tipo de relação terão no plenário da Assembléia Legislativa no ano que vem.
Na próxima terça-feira, as duas bancadas (deputados eleitos e reeleitos) se reúnem para conversar sobre a eleição da Mesa Executiva da Assembléia mas, principalmente, sobre a participação do PT no bloco de sustentação ao governo de Roberto Requião. Os peemedebistas têm como meta fechar um grupo de 35 deputados para integrar o bloco de apoio a Requião na Assembléia. E automaticamente, já estão incluindo os oito deputados petistas nesta soma.
O PPS e o PL, partidos que também integraram a aliança de segundo turno, participarão da conversa. O líder do PMDB, deputado Nereu Moura, disse que a intenção é debater a linha do grupo, que sozinho responderá por 22 cadeiras. Para alcançar a maioria simples em plenário, o PMDB terá que atrair ainda outros seis deputados de outros partidos, que estiveram neutros ou integrados à candidatura do senador Álvaro Dias (PDT) no segundo turno.
Moura disse que o projeto é formar um bloco “monolítico, disciplinado e firme”, para atuar como base do governo na Assembléia, mas também sugerir e criticar quando for necessário. “Nós não vamos criar um bloco vaquinha de presépio. A idéia é que esse grupo ajude o governo, mas possa também sugerir e corrigir rumos”, afirmou.
Dentro
A executiva estadual do PT também não tem dúvidas de que sua bancada irá integrar este bloco. Em reunião, há cerca de quinze dias, a executiva estadual já fechou questão sobre a participação do partido no governo. E, embora tenham surgido algumas vozes discordantes que apontam a necessidade de consultas mais amplas para decidir sobre o assunto, a corrente majoritária já listou até nomes para participar do governo. Mesmo entre as tendências localizadas à esquerda do partido, como a Democracia Socialista e Articulação de Esquerda, não há indicativos de que possa haver resistência consistente à entrada do PT no governo do PMDB.
As indicações foram feitas para as subcomissões já com a expectativa de que pudessem ser aproveitadas na fase seguinte à transição. Mas o governador eleito anteviu problemas na ampliação da equipe de transição e determinou a dissolução das subcomissões. Mais de cem pessoas, entre técnicos e políticos, já haviam sido convidados para atuar na coleta e análise de dados em diversas áreas.