O PMDB e o PT chegaram a um acordo para este segundo turno e marcaram para a próxima segunda-feira, 16, às 10h, a formalização do apoio mútuo nesta campanha eleitoral. Os dirigentes dos dois partidos irão se reunir na sede estadual do PMDB, em Curitiba, para selar o pacto que resultará no apoio do PT estadual à reeleição do governador licenciado Roberto Requião e do PMDB do Paraná à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O pacto selado entre petistas e peemedebistas não inclui a declaração pública de apoio de Requião a Lula. Inicialmente, esta era uma exigência feita pelo presidente estadual do PT, deputado estadual André Vargas. Anteontem, Vargas se reuniu com Requião na Granja do Canguiri, onde os termos da aliança foram acertados.
O dirigente do PT disse que a aliança de agora tem dia marcado para acabar e não está amarrada a compromissos futuros. ?A nossa aliança é eleitoral. Não é política no sentido de durar depois do dia 29 (data da eleição do segundo turno). Achamos que para o Paraná é melhor o Requião. Mas o PT ainda não discutiu como será seu projeto para depois. Não temos uma aliança política estratégica para o futuro. Temos uma aliança tática-eleitoral?, afirmou.
Declaração de voto
Para Vargas, sem o envolvimento pessoal de Requião na campanha de Lula, o saldo do acordo tanto para o PT e o PMDB é a possibilidade de juntar as forças das duas militâncias. ?Trata-se de uma operação política para ser construída nos municípios. Vamos construir esta unidade pela via das militâncias?, afirmou o presidente do PT.
Vargas afirmou que, no PT, ninguém tem dúvidas de que o voto de Requião é em Lula. ?Ele vota em Lula, mas está avaliando se declara o apoio?, disse o presidente estadual do PT. Durante o encontro na Granja do Canguiri, Vargas afirmou que uma das bases do acordo foi que deve haver respeito entre as duas forças políticas.
A costura da composição começou no dia seguinte ao resultado da eleição em primeiro turno. A princípio, uma ala do PT condicionou o apoio do partido à manifestação de apoio de Requião a Lula. Depois de novas rodadas de negociações, concluíram que também interessa ao PT ter um partido com a estrutura do PMDB a serviço da campanha à reeleição de Lula, mesmo que o governador não esteja no comando do processo de apoio.
No início da semana, o acordo começou a ganhar corpo com o anúncio de apoio a Lula do vice-governador licenciado Orlando Pessuti e outros peemedebistas no comitê petista. Em troca, dirigentes e deputados do PT também declararam que estavam com Requião.
O governador foi aconselhado a não se manifestar sobre a sucessão presidencial, na tentativa de não perder o eleitor de Geraldo Alckmin no Paraná. Mas amanhã, em Maringá, está programado um comício conjunto de Alckmin e do senador Osmar Dias. O PMDB não sabe responder se ao ver Alckmin e seu adversário direto juntos, o governador continuará neutro na disputa presidencial.
Na próxima segunda-feira, a direção estadual do PSDB vai tentar apertar o cerco aos tucanos que estão na campanha de Requião. O presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, convocou uma reunião extraordinária do diretório para formalizar o apoio a Osmar e punir os filiados que estiverem com Requião.