As direções municipais do PT e do PMDB de Curitiba se reúnem hoje para traçar uma estratégia jurídica comum de retomada dos mandatos dos três vereadores eleitos pelo partido e que se transferiram para outras siglas. PT e PMDB, que disputaram a eleição de 2004 em coligação, convocaram os suplentes das vagas para uma primeira conversa.
Ontem, o PMDB recuperou sua cadeira na Câmara Municipal de Guarapuava. O suplente Severino Genuíno Dourado (PMDB) assumiu o mandato na noite de segunda-feira (16), no lugar de Osdival Gomes da Costa, que deixou o PMDB para se filiar ao PP.
A perspectiva dos peemedebistas e petistas para a posse dos suplentes se fundamenta no parecer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considerando que os mandatos pertencem aos partidos e não ao eleito. Foi com base nessa interpretação que a presidência da Câmara Municipal de Guarapuava atendeu ao pedido do PMDB para afastar o vereador que saiu do partido e dar posse ao suplente.
Em Curitiba, o PMDB elegeu quatro vereadores nas eleições municipais de 2004: Felipe Braga Cortes, Celso Torquato e Paulo Salamuni, que trocaram de partido, e Reinold Stephanes Junior. Salamuni transferiu-se para o PV, Braga Cortes está sem partido e Torquato filiou-se ao PSDB. Stephanes Junior foi eleito deputado estadual e em seu lugar tomou posse o suplente do PT, Pedro Paulo Costa.
Agora, estão na fila para assumir um mandato os suplentes Adenival Gomes (PT), Márcia Schier (PMDB) e Francisco Garcez (PT ). Além de PMDB e PT, integraram a coligação o PSC, PCB e PCdoB. ?À luz da decisão do TSE e do precedente de Guarapuava, devem assumir na Câmara de Vereadores de Curitiba os suplentes?, disse o secretário-geral do diretório estadual do PMDB, João Arruda.
Caso único
O vereador peemedebista que tomou posse em Guarapuava já exerceu dois mandatos de vereador na cidade. O ex-vereador Osdival Gomes da Costa perdeu o mandato por meio de um Ato Administrativo assinado pelo presidente da Câmara Municipal de Guarapuava, Ademir Strechar, na sexta-feira passada, 13.
O suplente do PT, Adenival Gomes, que também é presidente municipal do partido, acha difícil repetir em Curitiba a estratégia usada em Guarapuava. Lá, o presidente da Câmara é um peemedebista. Em Curitiba, é o tucano João Claudio Derosso, um adversário político do PMDB da capital.
O advogado Clóvis Augusto Veiga da Costa foi o autor do requerimento pedindo a vaga de volta ao PMDB. ?Não há como explicar que o político que logrou êxito nas eleições graças à força da legenda partidária mude de partido tão logo seja proclamado eleito. Nesse caso, o mandato pertence ao partido e não ao candidato?, afirmou.
O vereador afastado pretende ajuizar recurso contra a decisão do presidente da Câmara dos Vereadores de Guarapuava.
