O PT e o PDT marcaram para hoje, em Brasília, mais uma rodada de conversas para tentar fechar o acordo eleitoral no Paraná. Embora o nó górdio das negociações continue sendo a indicação do candidato a vice-governador, o presidente estadual do PT, deputado Enio Verri, acha que as conversas vão progredir.
Esta não é a sensação, entretanto, no núcleo do comando pedetista, onde a candidatura da ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann a vice-governadora se mantém como um dos pontos-chave da aliança.
Não se trata de uma preferência pessoal do PDT por Gleisi, como assinalou o senador Osmar Dias, em entrevista a O Estado. Mas de uma forma de liberar as duas vagas ao Senado para atrair os apoios de dois partidos da base aliada do presidente Lula no Congresso Nacional, o PMDB e o PP, à candidatura do pedetista ao governo.
Uma das exigências do PDT é a reprodução, no Paraná, dos apoios da candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da República. “A posição do PDT continua sendo a mesma. Faremos a aliança com o PT dentro daquelas condições já apresentadas”, disse ontem o senador.
Ele acha que, para haver um novo encontro hoje, o PT terá que ter alguma novidade em relação à reunião anterior, na semana passada, da qual participaram o presidente Lula e a ministra Dilma.
Sem novidades
Mas a direção estadual do PT não aparenta ter alterado sua posição em relação à Gleisi. Verri disse que o resultado da conversa da semana passada com o presidente Lula apontou para uma composição em que Gleisi é candidata ao Senado.
“A candidatura a vice-governador ficaria à disposição de um partido para compor com a base aliada. Nós só estamos pedindo apenas uma das duas vagas ao Senado e trazendo o presidente Lula para a campanha do senador. Quer maior disposição para ajudar o senador Osmar Dias do que esta?”, ponderou Verri.
O presidente estadual do PT não vê possibilidades de mudanças nas bases do acordo discutidas com Lula, na semana passada. “Não será numa reunião com a presidência estadual do PT que será mudado aquilo que foi acertado com o presidente Lula e a ministra Dilma”, comentou o dirigente estadual do PT.
Da reunião prevista para hoje devem participar, além de Verri, Gleisi e Osmar, os presidentes nacionais do PT, José Eduardo Dutra, do PDT, ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o presidente estadual do PT, Augustinho Zucchi.
Não se trata de uma reunião decisiva, adiantou Verri. “Reunião para bater martelo é com o presidente Lula e a nossa candidata a presidente. O resto é conversa para encaminhamentos práticos”, comentou.
Pedetistas discutem um plano B para o governo do Estado
Os pedetistas discutem plano B para o caso de fracasso nas negociações com o PT. O PPS, PP e o DEM são peças estratégicas no desenho de uma composição de apoio à candidatura de Osmar Dias ao governo.
Parte do DEM e o PPS admitem optar pela candidatura de Osmar se não houver necessidade de apoiar a ex-ministra Dilma Rousseff (PT). No plano nacional, DEM e PPS estão comprometidos com a candidatura do ex-governador José Serra (PSDB).
Embora setores do DEM prefiram o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa ao governo, as direções estadual e nacional vêem como desejável aliança com Osmar, desde que não tenham que abrir mão do palanque de Serra.
A possibilidade já foi admitida pelo presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, e é defendida pelo presidente estadual do DEM, deputado federal Abelardo Lupion. Os dois partidos não exigem que Osmar apóie Serra.
No caso do PP, como frisa o presidente estadual do partido, Ricardo Barros, duas condições, se atendidas, resolvem a questão. O PP quer Barros como candidato ao Senado e uma aliança na disputa proporcional. São duas exigências que ,caberiam, sem problemas, na composição com o PDT, PPS e Democratas.