“PT, e não o governo, enfraqueceu”

O governador Roberto Requião (PMDB) viu no resultado da eleição para a mesa executiva da Câmara Federal, vencida pelo deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), uma manifestação de fragilidade do PT. "É resultado do enfraquecimento do PT como partido, não do governo em si. É também a expressão do Congresso Nacional. Foi uma eleição psicodélica", definiu.

Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve ter grandes dificuldades em lidar com o deputado pernambucano, acredita Requião. "O Lula acerta com ele em uma semana. É da própria natureza das suas ações", comentou o governador do Paraná, acrescentando que se estivesse na Câmara teria votado no candidato oficial do Palácio do Planalto, o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh.

Para o deputado Florisvaldo "Rosinha" Fier, a eleição de Cavalcanti foi a vitória do que chamou de "setores adeptos ao fisiologismo e ao clientelismo". Para Rosinha, o prejuízo foi geral. "De resto, governo, Legislativo e sociedade perderam", afirmou.

Rosinha afirmou que a derrota teve várias razões. "Em primeiro lugar, provou-se, mais uma vez, que a base do governo simplesmente não existe", disse. "Num piscar de olhos, ela desaparece", comentou. Outro motivo apontado pelo deputado é a complicada relação entre o governo federal e a bancada do PT. "Os deputados estão sendo desrespeitados pelo governo."

Já o presidente estadual do PP e um dos coordenadores da frente parlamentar ruralista, deputado federal Dilceu Sperafico, comemorou o que chamou de "surpreendente" vitória do colega de partido. O deputado do PP acha que o partido venceu pela unidade. "O PT e o PFL foram divididos entre dois candidatos para a disputa", justificou.

Para o deputado Moacir Micheletto (PMDB), Greenhalgh perdeu por conta de seu trabalho junto ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e por ser frio na relação com os demais parlamentares. "Quem semeia vento, colhe tempestade", afirmou o secretário-geral da executiva nacional do PPS, Rubens Bueno. Para o dirigente do PPS, o governo é responsável pela sua própria derrota. "O governo federal optou por promover um relacionamento fisiológico com a Câmara", disse Rubens. "O resultado foi essa catástrofe", acrescentou.

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