O projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ameaçar a unanimidade do PT do Paraná sobre o lançamento de candidatura própria ao governo do Estado. A reunião do chamado campo majoritário, formado pela Unidade na Luta e Democracia Radical, as tendências que detêm o controle do diretório nacional, realizada sábado passado no Rio, decidiu defender um freio na discussão de candidaturas próprias nos estados, pelo menos até novembro, quando serão eleitos os novos diretórios nacional, estaduais e municipais.
De acordo com o deputado estadual Angelo Vanhoni, que participou do encontro no Rio de Janeiro, a avaliação do grupo é que se o PT lançar candidato próprio em todos os vinte e sete estados, estará comprometendo o projeto de um próximo mandato para Lula. Vanhoni afirmou que, depois das renovações dos diretórios, o arco de alianças possíveis do partido estará mais claro e permitirá uma discussão mais precisa sobre candidaturas e coligações.
Mas o presidente estadual do PT, André Vargas, também da corrente Unidade na Luta, acha que é impossível deter o avanço da candidatura própria no Paraná. "Há uma sinalização clara pela candidatura própria. É claro que a decisão só sai da convenção. Mas não se pode ficar até novembro decidindo tal coisa. O que acho que pode ficar para depois de novembro é a definição de nomes", afirmou. Para Vargas, o projeto de reeleição de Lula é prioridade.
