Em reunião da executiva estadual ontem, 20, em Curitiba, integrantes da direção e deputados estaduais e federais do PT admitiram que o desempenho do partido nas eleições municipais no Paraná ficou abaixo das expectativas.
Já quanto às explicações para a performance insatisfatória, as razões apontadas vão da perda de identidade às dificuldades para estabelecer conexão entre a popularidade e a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com as candidaturas do partido nas cidades.
O PT disputou em 370 dos 399 municípios do Estado. Em 114, com candidatos próprios à prefeitura. Elegeu 32 prefeitos, 36 vices e 296 vereadores no Paraná. Em 2004, o partido elegeu 28 prefeitos e 245 vereadores. O crescimento deste ano não cumpriu as expectativas, diz o documento aprovado na reunião.
A deputada estadual Luciana Rafagnin, que repassou a presidência do partido à ex-candidata à prefeitura de Curitiba Gleisi Hoffmann, disse que houve deficiências na hora de mostrar para o eleitor que as obras realizadas nas cidades eram resultado de ação do governo federal.
“Como quem entregou a chave da obra foi o governo local, o eleitor não fez a relação com a conjuntura federal”, disse Luciana. Ela substituiu Gleisi na presidência do partido durante a campanha eleitoral.
No documento, a avaliação da executiva é que o partido se equivocou ao acreditar que o bom desempenho do governo Lula seria credencial automática para conquistas eleitorais.
“O que se constatou é que os efeitos positivos das ações do governo federal, o bom momento econômico, a estabilidade política, as obras do PAC e as conquistas sociais favoreceram quem estava nos governos municipais”, concluiu a executiva.
O partido apontou, ainda, o preconceito contra a legenda como fator determinante na estagnação dos votos nesta eleição. Em alguns municípios, pesquisas indicaram que a rejeição à legenda chegou a 45% do eleitorado, ao contrário da aprovação do governo Lula.
A reunião apontou caminhos para o partido depois destas eleições. No próximo dia 31 de outubro, o PT vai reunir prefeitos e vice-prefeitos eleitos em um encontro estadual para definir ações conjuntas, linha de atuação e prioridades de gestão.
O PT estadual vai pedir para que os prefeitos eleitos não contratem parentes para nenhum cargo em suas gestões, mesmo naqueles permitidos pelo Supremo Tribunal Federal.
