PT discorda de Requião e quer dinheiro para aftosa

A suspeita dos focos de febre aftosa no Paraná e a decisão anterior do governador Roberto Requião (PMDB) de devolver os recursos liberados pelo governo federal  – R$1,5 milhão – para o combate à doença, impulsionaram o embate político com setores do PT no Estado. Ontem, o presidente estadual do PT, André Vargas, disse que conversou com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e que os dois irão fazer um "apelo" ao governador para que não recuse os recursos.

Na terça-feira, dia 17, durante a reunião semanal do governo, Requião anunciou que iria abdicar da verba do governo federal para defesa sanitária por se tratar de "uma ninharia" que não supriria as necessidades do Estado. "O que eu e o ministro queremos pedir ao governador é que ele tenha um pouco de equilíbrio e pegue o dinheiro. Porque o dinheiro não é para ele. É para o Estado. O leite não é para a mãe. É para a criança", comparou o presidente do partido no Estado.

Vargas relatou que, na conversa com Bernardo, ficou decidido que irão pedir ao governador que não politize a discussão. "O que decidimos com o Paulo é que não vamos deixar o Paraná perder por conta de questões políticas. Não é por causa da vontade do Requião de disputar espaços nacionalmente e de se diferenciar do Lula é que o Estado irá pagar a conta", afirmou.

Ontem, o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, disse que os recursos não farão falta ao Estado. E que, até nova ordem, está mantida a "doação" do Paraná ao Mato Grosso do Sul. Segundo o vice-governador, Requião disse que o Estado bancará todos os investimentos necessários às ações de combate à aftosa.

Reaproveitamento

A posição do governador não desagradou apenas o chamado grupo de Londrina do PT – liderado por Bernardo e Vargas – que vem polemizando com Requião desde o início do seu mandato. Outras alas do partido acharam a reação do governador inadequada. "Eu não acompanhei essa discussão das verbas, mas acho esquisito alguém achar que R$ 1,5 milhão é pouco dinheiro", afirmou o deputado federal Dr. Rosinha.

Ele afirmou que o governador poderia ter investido os recursos nos serviços de saúde pública, se não queria usar a verba para cuidar da saúde dos animais. "O governador tem que complementar a verba da saúde, já que ele não está respeitando o limite mínimo de gastos de 12%", provocou o deputado.

Rosinha está preparando um levantamento orçamentário para responder ao dossiê que Requião mandou para todos os deputados estaduais e federais do PT relacionando os pedidos de investimentos que encaminhou ao governo federal e que não foram atendidos. O governador tem reclamado que o Paraná tem sido ignorado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cobrou ajuda dos deputados petistas. Rosinha pretende ter um quadro completo das liberações de verbas ao Paraná e o que deixou de ser repassado ao Estado.

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