O PT de Curitiba se reúne amanhã e domingo no Centro de Convenções Orleans para o encontro convocado para decidir a política de alianças do partido para as eleições municipais de outubro.
A escolha dos partidos que irão compor a coligação em torno da candidatura do deputado estadual Ângelo Vanhoni à prefeitura, cabe aos 317 delegados eleitos pelo partido em encontro no final do mês passado.
Ontem, entretanto, a direção municipal do partido consultava as correntes internas para tentar adiar a definição dos aliados para junho, submetendo à votação apenas uma diretriz geral sobre as coligações, seguindo recomendação do diretório nacional que prevê negociações com todas as siglas da base de apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além do PPS e PMDB, estão no leque o PTB e o PP, duas siglas que geram controvérsias internas.
O presidente municipal do PT, Roberto Salomão, disse que o partido está tendo dificuldades em definir, neste momento, as alianças quando as demais siglas ainda estão em pleno processo de negociação e somente baterão o martelo sobre candidaturas no final de junho. Mesmo o PMDB, com o qual as conversas sobre aliança com o PT estão bem adiantadas, ainda há o empecilho criado pelo grupo que defende a candidatura própria do partido, liderado pelos deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca.
Outras negociações, como as que visam obter o apoio do PTB para a candidatura de Vanhoni, estão ainda cruas e não avançaram, cita Salomão. “Tudo isto faz parte do jogo político, mas nós estamos nos antecipando em muito à decisão final dos outros partidos”, comentou o dirigente do PT de Curitiba.
Cabo de guerra
As alas mais à esquerda do partido combatem a aproximação com PTB e PP, alegando que são partidos sem nenhuma afinidade ideológica com o PT. Na correlação de forças internas, a corrente majoritária a qual pertence o pré-candidato a prefeito e que defende a coligação com o PTB está em vantagem no número de delegados. O grupo de Vanhoni tem o controle dos votos de 53% do colégio eleitoral do encontro ou 168 delegados.
O grupo que reúne os deputados Tadeu Veneri, Florisvaldo “Rosinha” Fier e os vereadores Paulinho Lamarca e Adenival Gomes tem 84 delegados. Eles são contra a aliança com o PTB e PP. O fiel da balança poderá ser uma terceira corrente integrada pelos vereadores Roseli Isidoro, André Passos e Nilton Brandão que elegeram 59 delegados. Eles estão divididos entre o apoio à uma aliança irrestrita com vários partidos e a exclusão do PTB.
Dupla candidatura
No PTB, o quadro também é complexo. O partido lançou dois pré-candidatos, o deputado federal Iris Simões e o empresário Flávio Martinez. A ala ligada a Iris, que também é o presidente estadual do partido, havia começado uma negociação com o PT, mas depois rompeu e até agora não reatou oficialmente as conversas.
Já, Flávio Martinez, vice-presidente nacional do PTB, rejeita a aproximação com o PT. “Respeito o PT e sempre defendi o diálogo entre as correntes políticas. Mas, infelizmente, o presidente estadual do PT, deputado André Vargas, começou errado a tentativa de reaproximação com o PTB. Ele se referia ao aceno feito por Vargas para restabelecer os contatos com o grupo de Iris Simões.