O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), perdeu apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) para continuar no cargo. A bancada da legenda na Casa decidiu, em uma segunda reunião em menos de 24 horas, reafirmar a posição favorável ao afastamento do peemedebista da presidência da instituição. O líder do PT na Casa, senador Aloizio Mercadante (SP), contou que essa proposta não foi aceita por Sarney. “Como não houve acolhimento, vamos sentar com o presidente Lula para que o governo participe do esforço de reconstrução do Senado”, disse.
Após a reunião da bancada realizada hoje à tarde, o senador afirmou que o pedido de afastamento “não é uma exigência política” e que o partido não vai formalizar essa posição. Mercadante afirmou que Sarney não é o único responsável pela crise e criticou a postura do DEM que, publicamente, pediu o afastamento do peemedebista. O senador do PT lembrou que o DEM vem ocupando por vários anos o cargo de primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado e que, portanto, tem responsabilidade sobre as irregularidades. “Não vamos reconstruir (o Senado) punindo um senador”, disse Mercadante.
Ele afirmou que existe uma preocupação de seu partido em manter a aliança com o PMDB. “Não há governabilidade sem apoio do PMDB”, disse. “Percebemos o quanto esta aliança é importante e percebemos a influência de Sarney junto ao PMDB.” Mercadante afirmou que a bancada petista pretende se encontrar amanhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a crise no Senado. O líder contou que, pela manhã, Sarney demonstrou receptividade à proposta da bancada de senadores petistas de criação de uma comissão para propor mudanças na administração do Senado, o que Mercadante está chamando de “Lei de Responsabilidade Administrativa Fiscal”.