O presidente do PT do Estado de São Paulo, deputado estadual Edinho Silva, pediu hoje o fim da exposição das divergências internas do partido por meio da imprensa, escancaradas nas críticas mútuas entre a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o ministro da Educação Fernando Haddad, pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, em recentes declarações e entrevistas à imprensa.

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“Cada um tem direito de dar entrevista e emitir opiniões, mas não podemos fazer da imprensa um espaço para expressar divergências. Temos que levar o debate e divergências de posições para (discutir) dentro do PT”, disse Edinho. “Imprensa é para expressar pensamentos, mas críticas temos de fazer para dentro em um ambiente de construção da unidade”, completou.

Apesar da bronca, o presidente do PT paulista garante que não há crise no partido e que todos os pré-candidatos expressaram democraticamente as opiniões nas entrevistas dadas. No entanto, Edinho admitiu que há uma tensão com a aproximação da escolha do candidato à sucessão de Gilberto Kassab na prefeitura paulistana. “Claro que um momento de definição de candidatura é momento de tensão política. Portanto, temos de colocar o espírito democrático acima de quaisquer interesses e trabalhar para construir a unidade no PT”, concluiu.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy colocou em dúvida a análise feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que um nome novo do partido, no caso o do ministro da Educação, Fernando Haddad, seria o ideal para a disputa municipal do ano que vem. Ao falar das possibilidades eleitorais do apadrinhado de Lula, disparou: “Se ele (Lula) estiver pensando em não ganhar a eleição, mas apenas em criar um nome novo, pode caminhar nessa direção”. Marta se posiciona como candidata natural do PT nessa disputa.

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Em resposta às críticas de Marta, Haddad, em entrevista à rádio CBN, reforçou a avaliação do ex-presidente Lula de que o momento no PT nessas eleições municipais de 2012 é de renovação. “A avaliação de Marta conflita com a de Lula”, disse. E tentou contemporizar, destacando que a senadora tem todo o direito de se expressar. Mas, alfinetou: “Entendo que o PT tem chances de ganhar com um nome novo, não precisa nem ser o meu. Um nome novo, uma proposta nova, mais arejada. E o presidente Lula tem acertado ultimamente em suas avaliações políticas”.