Foto: Anderson Tozato

Romanelli: mais cautela.

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O ano eleitoral vai exigir da liderança do governo na Assembléia Legislativa um esforço diplomático para conciliar os interesses do PMDB e do PT. Aliadas no parlamento e no governo, as duas siglas serão adversárias em várias cidades do estado.

A preocupação do líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), é evitar que a disputa eleitoral nos municípios possa respingar na aliança estadual. Romanelli disse que as relações entre PMDB e PT pedem um trabalho de gestão política. ?Há cidades onde estas relações, por conta da disputa, merecem um tratamento bem delicado. Nós temos que ter uma forma de evitar que estas situações tragam dificuldades no relacionamento?, afirmou.

Uma das cidades onde pode haver choques é Maringá. Lá, o secretário do Planejamento, Ênio Verri, é o candidato do PT a prefeito. Mas o PMDB filiou o ex-prefeito João Ivo Caleffi, que deixou o PT com o projeto de concorrer à prefeitura pelo partido do governador. Em Londrina, PT e PMDB também são adversários. O deputado estadual Luiz Eduardo Cheida deverá concorrer à prefeitura, enfrentando o deputado federal André Vargas, que representará o PT na eleição. Em Curitiba, o PT também terá candidato a prefeito, mas o lançamento de vários nomes dos partidos aliados é uma estratégia de comum acordo com o PMDB para enfrentar o prefeito Beto Richa (PSDB).

Foto: Anderson Tozato

Gleisi: com cuidado.

A preocupação com o período eleitoral foi manifestada pela presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, durante a primeira reunião da executiva que presidiu este ano. Gleisi disse que, embora seja aliado no estado e no governo federal, o PMDB deverá ser um dos principais oponentes do PT nas eleições municipais. Ela citou que, das 114 prefeituras que o PT disputou em 2004, oitenta e seis foram contra o PMDB.

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Mas a nova presidente estadual do PT acha que o processo é natural. ?Somos partidos com afinidades, tanto que somos aliados no estado e no governo federal, mas as realidades locais têm uma outra configuração. Nós só temos que ter cuidado para que essas situações locais não interfiram na nossa aliança estadual?, avaliou.

O PT ainda não tem um levantamento completo das candidaturas no Estado. Dirigentes do partido estão percorrendo várias cidades para fechar o quadro estadual das chapas para a disputa deste ano.

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Na disputa eleitoral, os papéis se invertem. O maior inimigo do PMDB na Assembléia Legislativa, o PSDB, não manterá a mesma posição em várias cidades do interior. À exceção dos maiores colégios eleitorais, peemedebistas e tucanos serão vistos juntos em várias cidades, estima o líder do governo. Romanelli observa que este panorama evitará a radicalização do conflito entre os dois partidos na Assembléia Legislativa.

?Teremos deputados do PSDB que vão apoiar candidatos a prefeito do PMDB. Assim como deputados peemedebistas estarão com os candidatos tucanos em algumas cidades. A eleição municipal é comunitária e obedece a outra lógica?, afirmou. Para o líder do governo, as divergências entre as duas siglas vão sobressair depois das eleições deste ano. ?Quando começarem as articulações para as eleições de 2010, não haverá como contemporizar?, completou.