PT convocará militância contra “ofensiva de direita”

A Executiva Nacional do PT vai convocar a militância do partido para reagir ao que define como "nova ofensiva da direita e setores da grande imprensa" contra o PT e o governo Lula. Para isso, os membros do partido pretendem "desmascarar as intenções e os métodos da oposição", cujo objetivo é "reconquistar a Presidência da República". Em reunião realizada nesta terça-feira (31) na sede nacional do partido, na capital paulista, a Executiva aprovou a resolução política que detalha de que forma o partido deverá atuar para enfrentar "guerra que a oposição de direita trava contra nós".

"A derrota da reforma política, as vaias contra o presidente na abertura do Pan e o tratamento dado por setores da mídia e da oposição ao acidente com o avião da TAM revelam que a oposição, articulada com setores da mídia, está ‘subindo o tom’ nos ataques ao governo e ao PT, tendo em vista tanto as eleições de 2008 quanto as eleições de 2010", diz o documento.

Entre as medidas que serão tomadas pelo partido está a reaproximação dos movimentos sociais, historicamente ligados ao partido e uma de suas principais bases de apoio político. "O PT fará um esforço para que estas organizações construam e implementem uma plataforma mínima de atuação frente aos ataques da oposição de direita, combinada com medidas que devem ser propostas ao governo", afirma o texto, que destaca o apoio à iniciativa da CUT, que realizará no dia 15 de agosto o "Dia Nacional de Mobilização na Defesa dos Direitos e Conquistas dos Trabalhadores".

Dentro do Congresso Nacional, o partido deverá trabalhar pela melhoria da coordenação política, fazendo com que a coalizão apresente resultados práticos por meio de apoio nas votações de interesse do governo. Além disso, a resolução defende que o PT retome iniciativas políticas e equilibre a "governabilidade institucional e governabilidade social".

No texto, o partido manifesta solidariedade aos familiares das vítimas do acidente aéreo e assegura que exigirá que as investigações esclareçam as causas da tragédia, mas ressalta que não aceitará que o episódio seja transformado em disputa política. A resolução destaca que é necessário "tratar adequadamente" os casos de desarticulação política dentro do partido e do governo.

Garcia

Para solucionar a crise aérea, o PT cita como medidas necessárias o investimento público em infra-estrutura, a fiscalização efetiva das empresas e a desmilitarização do controle do tráfego aéreo. O partido admite, no entanto, que as sugestões não resolverão problemas estruturais e institucionais no curto prazo, como o "fracassado modelo tucano de agências regulatórias".

Também na reunião desta terça-feira, a Executiva aprovou uma nota de solidariedade ao assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, criticado por sua reação ao assistir à reportagem em que era aventada a possibilidade de falha mecânica e humana no acidente com o Airbus da TAM.

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