O diretório estadual do PT começou ontem, 1º, a definir ontem sua política de alianças para as eleições municipais deste ano. A proposta em exame ontem contemplava todos os partidos da base aliada do governo do presidente Lula e proíbe acordos com PSDB e DEM. Casos como o do PPS e PV devem ser analisados isoladamente pela executiva estadual, apontou a resolução que seria votada ontem.
O desenho das coligações apresentado não é consensual entre os petistas. Há setores do partido que vêem contradição na classificação como possíveis aliados de partidos como o PP, PTB e PDT, que integram a base de sustentação de Lula, mas que regionalmente, são adversários do PT. É o caso de Curitiba, onde os três partidos estão na base de apoio do prefeito Beto Richa (PSDB).
A presidente estadual do PT e pré-candidata à prefeitura, Gleisi Hoffmann, defende o diálogo com todas essas forças. Gleisi acha que é possível conversar com esses partidos, que podem mudar de posição em relação à administração de Beto até a eleição. ?São siglas que podem ter candidaturas próprias ou não continuarem na base do prefeito?, disse.
Já o deputado federal Dr. Rosinha acredita que mesmo aliados tradicionais como o PV e o PC do B teriam que passar por um filtro antes de serem aceitos numa composição com o partido. ?São nossos aliados no plano nacional, mas em Curitiba têm uma postura de apoio ao Beto Richa. Eles precisam rever essa posição?, comentou.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que seria incoerente excluir os aliados do governo Lula das coligações nos municípios. ?É um contra-senso. Como é que serve para se aliar lá e não serve aqui??, questionou Bernardo.
Para o deputado Tadeu Veneri, pré-candidato do PT à prefeitura de Curitiba, a lógica da reprodução da base de Lula no processo eleitoral não serve. Veneri acha, por exemplo, que ao invés de negociar com o PP e PTB, o PT deveria era incluir no seu leque de alianças o PSOL e o PSTU. ?Não que haja uma possibilidade presente de alianças, mas são partidos de esquerda?, disse.
Em meio à polêmica sobre as alianças, o deputado federal André Vargas diz que o PT deveria estar se preocupando em aumentar o número de candidatos próprios às prefeituras. Até agora, o partido contabiliza 120 nomes consolidados para as prefeituras, contra 117 na eleição de 2004.