PT acusa Serra de ser centralista e autoritário

A bancada do PT na Câmara de São Paulo fez um balanço do primeiro ano da gestão do prefeito José Serra (PSDB), pré-candidato a presidente, com duras críticas à gestão tucana. O documento, assinado pelo líder do PT na Câmara Municipal, João Antônio, diz que "a administração do PSDB se caracteriza pelo centralismo autoritário" e que Serra não se ocupa com os destinos da capital paulista e sim "com sua possível candidatura à Presidência da República em 2006?.

Em resposta aos ataques dele de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usa a máquina pública para fazer campanha, a bancada petista diz que a prefeitura "não é eficiente, mas está fazendo o dinheiro sobrar" por conta do baixo investimento em obras e serviços. A legenda destaca: "O governo (Serra) junta dinheiro e deve virar o ano com cerca de R$ 1 bilhão dormindo nos bancos amigos, sem proporcionar benefícios concretos para a cidade. O dinheiro está sendo poupado para ser torrado em obras no ano eleitoral de 2006?.

No comunicado, a bancada afirma que o prefeito de São Paulo extinguiu coordenadorias, restringiu o orçamento das subprefeituras, acabou com as formas de participação popular e governa por decreto. "Sete deles (decretos), flagrantemente ilegais, passando por cima da Câmara Municipal e sem ouvir a sociedade", diz o texto. A sigla destaca que seria possível dividir o primeiro ano do mandato de Serra em dois momentos. No primeiro, ele teria gasto boa parte do seu tempo e energia para criticar sua antecessora (a pré-candidata a governador de São Paulo Marta Suplicy), como forma de encobrir a inoperância do seu governo. No segundo, tem se preocupado com a campanha para presidente. Para os petistas, a administração municipal atual não tem marca própria. A bancada advertiu que Serra "pouco ou nada fez do que prometeu".

O documento afirma que, na área de educação, o Poder Executivo municipal reduziu as atividades dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), além de cortar verbas para habitação, suspender o programa de distribuição de remédios em casa, iniciado por Marta, e permitir o sucateamento do serviço de transporte, com redução da frota e aumento do número de passageiros por ônibus.

Em Brasília, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), criticou a atuação dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), e do prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB), pré-candidatos presidente, por fazerem campanha sem ter se licenciado dos cargos. Beto Albuquerque afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está em campanha porque, segundo ele, exerce a função presidencial, ao inaugurar obras ou iniciar outras. "Quem está em campanha é o PSDB e o PMDB. Não sei quem está governando São Paulo e o Rio Grande do Sul. Não tenho visto os seus governantes inaugurarem obras", provocou.

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