No clima de cobrança que se instalou nos bastidores da campanha da candidata Dilma Rousseff (PT), sobrou para o marqueteiro João Santana. Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de assessores e coordenadores da campanha, Santana não se preparou para a eventualidade de ter de disputar o segundo turno das eleições presidenciais.
O despreparo ajudaria a explicar, em parte, a desaceleração da campanha, logo depois da contagem dos votos do primeiro turno. Os primeiros programas do segundo turno no horário eleitoral do rádio e da TV foram pouco mais do que peças requentadas da reta final do primeiro turno, o que desagradou o presidente – que decidiu participar de forma decisiva na campanha.
Lula voltou a criticar a participação da candidata Dilma nos programas. Para ele, a petista não tem apresentado a emoção necessária, não olha nos olhos das pessoas nem fala de forma convincente. Por isso, quer um programa mais propositivo da candidata, em vez dos que estão sendo exibidos, considerados “mornos”.
Outra avaliação é de que é preciso mudar a abertura do programa de Dilma, principalmente quando ela entra logo após a apresentação do programa do tucano de José Serra, que sempre termina sua fala batendo na adversária – Dilma entra sem esboçar qualquer reação. O presidente Lula continua achando também que Dilma não reagiu com a indignação suficiente às denúncias das movimentações da ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra. Para Lula, ela tinha que, no mínimo, insistir que Erenice traiu sua confiança.