PT acha que o pior passou e ano será bom

O pior da crise política já passou e as realizações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são a ?carta na manga? para a campanha eleitoral deste ano. Esse foi o tom dos discursos de deputados e dirigentes petistas no primeiro encontro do diretório estadual este ano, em Curitiba, onde o senador Flávio Arns foi apresentado como pré-candidato do PT ao governo do Estado nas eleições de outubro.

Arns, que ainda não havia assumido a indicação, disse ontem que esperou pela formação de um consenso interno entre as várias correntes, antes de confirmar ao partido que aceita a candidatura, que será oficializada em convenção no mês de junho. "Foi uma fase de reflexão, em que fizemos muitas reuniões e debates que convergiram para um entendimento entre as correntes. Estou à disposição do partido", afirmou o senador.

Com mais quatro anos de mandato no Senado, Arns disse que não espera uma campanha fácil, mas acha que seu partido tem as condições para responder ao bombardeio dos adversários sobre as acusações sobre a existência de um caixa 2 na campanha eleitoral de 2002 e que acuaram o governo e o PT durante o ano passado. "Tudo aquilo que aconteceu vai ter um reflexo grande na campanha. Esse é um debate que teremos que fazer. Mas também vamos fazer o debate sobre como este governo combate a corrupção", disse o senador.

Para a eleição ao Senado, o PT está discutindo as pré-candidaturas da deputada federal Clair Martins e da diretora financeira da Usina de Itaipu, Gleisi Hoffmann. A direção do partido quer evitar a disputa em prévias e trabalha para que a definição seja fruto de acordo, sem a necessidade de um processo de votação. O presidente estadual do partido, André Vargas, disse que as disputas internas já foram feitas no ano passado, quando houve renovação das direções municipais, estaduais e nacional.

Já passou

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o ápice da crise foi em outubro do ano passado, mas que o desgaste do governo estancou a partir do final do ano, quando foram aparecendo os resultados econômicos da administração de Lula. Segundo Bernardo, além do desempenho nas áreas econômica e social, contribuíram para a recuperação da popularidade de Lula o fato de as comissões parlamentares de inquérito estarem patinando nas investigações e de o Congresso Nacional ter perdido pontos junto à opinião pública ao decidir fazer a convocação extraordinária, que se mostrou desnecessária.

Para o ministro, apesar da atuação sem tréguas dos seus opositores, o governo conseguiu ir em frente e executar seus programas e ações. "Vimos pesquisas que não foram divulgadas mostrando que houve uma reversão sensível da queda de popularidade do presidente. O quadro mudou muito nestes últimos meses do ano", avaliou Bernardo.

Confronto

As relações de palanque entre o PT e o governador Roberto Requião (PMDB) foram abordadas em alguns momentos do encontro. Arns disse que a candidatura própria do PT não é de oposição a Requião. "Nossa candidatura não é contra alguém. É a favor de um projeto do nosso partido. A candidatura própria é essencial à nossa sobrevivência", afirmou o senador.

O presidente estadual do partido, André Vargas, o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti, declararam que o PT não pode ter a preocupação em se contrapor ao governador peemedebista, a quem o partido apoiou no segundo turno das eleições de 2002. "Nós não temos que ter o melindre de estar trombando ou não com o Requião. Nós vamos estar lastreados pela campanha do Lula a presidente", comentou o prefeito de Londrina. No período da tarde, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, apresentou explicações sobre a empresa binacional, alvo de recentes críticas a respeito de um caixa 2. 

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