A direção nacional do PSTU divulgou ontem um comunicado em que recomenda aos eleitores do partido que votem nulo no segundo turno da disputa à sucessão presidencial. O presidente nacional e o candidato derrotado da sigla na corrida ao Palácio do Planalto, o sindicalista José Maria de Almeida, recebeu apenas 84.609 votos, o que corresponde a 0,08% do total de votos válidos. Na nota, assinada por ele, o PSTU percebe uma espécie de “pressão” para que os eleitores votem na candidata do PT, Dilma Rousseff, no sentido de evitar a vitória de José Serra (PSDB), que representaria “a volta da direita”.
A sigla afirma, contudo, que a luta contra a direita “não significa votar em Dilma Rousseff (PT)”. “O PSTU tem total acordo com a luta contra a oposição de direita. Somos radicalmente contra a volta da turma do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC)”, esclarece a legenda. “Mas lutar contra a direita não significa votar em Dilma Rousseff”, pondera a sigla, que cita a arrecadação de campanha da petista e o apoio de alguns setores da sociedade como sinais de que a candidatura do PT também é de “direita”. “Temos duas candidaturas em defesa do grande capital nas eleições, duas candidaturas de direita.”
O PSTU conclui que votar contra a direita no segundo turno “é votar nulo” e ressalta que votar no 16, número da agremiação na urna eletrônica, “agora vai significar um voto nulo”. No fim do comunicado, o partido de esquerda lista ainda aliados das candidaturas do PSDB e do PT que provariam os vínculos com a direita.
“Votar em Serra seria votar junto com FHC, Cesar Maia (candidato derrotado a senador pelo DEM do Rio de Janeiro), Yeda Crusius (governadora do Rio Grande do Sul, do PSDB, derrotada no domingo), velhas figuras da direita desse País. Votar em Dilma seria votar junto com Paulo Maluf (deputado do PP-SP), Fernando Collor (senador, do PTB-AL), José Sarney (presidente do Congresso, do PMDB-AP), Jader Barbalho (deputado, PMDB-PA), outras figuras da mesma direita.”