O PSOL vai pedir ao Ministério Público Federal (MPF) que aprofunde a investigação nas contas da Fundação José Sarney, dando sequencia à auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) que apontou uma série de fraudes na execução do projeto de R$ 1,3 milhão patrocinado pela Petrobras.
O vice-líder do partido, deputado Chico Alencar (RJ), acredita ser essa a única saída para identificar e punir os responsáveis pelo desvio de dinheiro público repassado à fundação, criada para “preservar” a memória de Sarney. O deputado acredita que qualquer iniciativa dentro do Senado seria boicotada pelos aliados de Sarney, sobretudo os do PMDB.
“Os fatos indicados pela CGU são gravíssimos, é necessário ir mais adiante”, afirma referindo-se à reportagem do jornal O Estado de S.Paulo sobre o relatório da CGU que aponta desde a existência de notas fiscais frias, com endereços falsos, à contratação de empresas cujos sócios são funcionários da fundação.
Para o deputado, recorrer ao Conselho de Ética do Senado contra Sarney é o mesmo que “insistir numa carta marcada, sabendo de antemão que tudo será arquivado”.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) lembrou que os pedidos no Senado para investigar a Fundação José Sarney foram rejeitados em duas ocasiões: pelo Conselho de Ética, presidido por Paulo Duque (PMDB-RJ), que assumiu o cargo na condição de segundo suplente e pela CPI da Petrobras, boicotada pelo PMDB e outros partidos da base governista. “A CGU mostra o que impediram a CPI de investigar”, disse.