PSOL entra com representação contra tucano de São Paulo

O PSOL entrou nesta quarta-feira (4) com representação no Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo pedindo investigações para a apuração das denúncias envolvendo o líder do PSDB na Casa, Mauro Bragato, que teria se envolvido num esquema de fraudes em licitações da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na região de Presidente Prudente, seu reduto eleitoral. "O Bragato tem uma história, uma moral, e quero crer que ele vai conseguir reunir, com muita tranqüilidade provas para mostrar que as acusações são infundadas. Mas tem que investigar", afirmou o deputado Carlos Giannazi, do PSOL.

De acordo com Giannazi, o partido foi "surpreendido por essas denúncias". Para ele, a representação tem como marca não deixar que a Assembléia Legislativa se transforme no Senado federal. "O Senado demorou muito para investigar e a Assembléia não pode ir no mesmo caminho", opinou. "Precisamos apurar e investigar o caso". O PSOL protocolou a representação nesta quarta-feira. Ontem a bancada petista também havia entrado com representação contra Bragato pedindo mais investigações. Segundo Gianazzi, o pedido do seu partido já estava pronto e não foi feito com a idéia de reforçar a dos petistas.

"Nós já tínhamos decidido entrar (com a representação), mas estávamos levantando mais dados junto ao Ministério Público e a polícia para ter mais elementos. Não queríamos ser levianos sem fundamentar. Não li o teor da representação do PT, mas a gente já tinha tomado essa decisão", disse o deputado do PSOL. Questionado sobre se o recesso parlamentar previsto para esta sexta, até o dia 30 de julho, não prejudicaria as investigações, o deputado negou e diz que haverá continuidade do processo. "Vai ter processo, vai ter que investigar. Do ponto de vista da opinião pública talvez (fique essa idéia), mas aqui, internamente, vai ter que seguir o regimento e dar continuidade" comentou. "Aguardamos agora uma resposta do presidente do Conselho de Ética da Assembléia, o deputado estadual Hamilton Pereira (PT)", complementou.

Bragato afirmou, por meio de sua assessoria, que não teme qualquer conseqüência do desenrolar das investigações. "Ele não teme nada, não tem problema nenhum", disse a assessoria. Em discurso na Casa realizado ontem, o tucano anunciou que o seu sigilo bancário e fiscal, no período de 2003 a 2006, está à disposição. "Ele tem uma história política de 30 anos e não teme nada", concluiu a assessoria. Bragato foi secretário estadual da Habitação no período de maio de 2004 a janeiro de 2005. Entre 2003 a 2004, o tucano foi secretário-adjunto na mesma pasta. A partir de 2005, assumiu a cadeira na Assembléia. Por ser parlamentar, Bragato tem direito a foro privilegiado e só pode ser investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça.

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