A ala do PSL ligada ao presidente nacional do partido, Luciano Bivar (PE), prepara pedidos de expulsão de ao menos mais três deputados federais ligados ao presidente Jair Bolsonaro – Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ). O Estado de S. Paulo apurou que a documentação já está sendo preparada por advogados da sigla. Na quinta-feira, a Executiva Nacional oficializou um pedido contra Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente, que assumiu a liderança da bancada do PSL na Câmara após uma queda de braço com Delegado Waldir (GO).

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Os pedidos de expulsão serão analisados pelo Conselho de Ética da sigla, em paralelo aos processos disciplinares contra os mesmos quatro e mais 15 parlamentares. Os processos foram suspensos no início da semana, após liminar da Justiça que viu indícios de irregularidades na forma como os deputados foram notificados.

A disputa entre “bolsonaristas” e “bivaristas” tem como pano de fundo o controle dos recursos recebidos pelo PSL, que cresceu exponencialmente de um para 52 deputados no ano passado. A estimativa é de que o partido recebe uma quantia próxima de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022.

Embora o grupo de Bolsonaro tenha conquistado a liderança da bancada, Bivar domina a maioria dos cargos na máquina partidária, o que pode acelerar os processos de expulsões.

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Na mira dos bivaristas, Bibo Nunes é acusado de desrespeitar o partido e colegas nas redes sociais. Antigo desafeto de Bivar, ele passou a pedir a saída do dirigente após perder o comando do diretório da sigla no Rio Grande do Sul.

O deputado gaúcho diz não ver a possibilidade de expulsão como um problema. “Para mim, será uma honra, uma placa de ouro”, afirmou. “Não existe mais ambiente para permanência, neste partido, comandado pelo déspota Bivar”, completou.

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‘Infiltrado’

Também na mira, Daniel Silveira (RJ) é tratado pelo grupo de Bivar como “traidor” após gravar reunião da bancada em que o então líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, disse que iria “implodir” Bolsonaro. Na ocasião, o deputado disse que agiu “infiltrado” para proteger o presidente.

Waldir ainda tenta levar adiante um processo de cassação do mandato de Silveira no Conselho de Ética da Câmara. Para isso, porém, ainda depende do apoio de mais partidos.

Já a deputada Alê Silva (MG), que já fez acusações contra o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio sobre o uso de candidaturas laranjas, foi uma das primeiras a sofrer punições desde que a crise do partido começou.

Na semana passada, após assinar lista para destituir Waldir, ela perdeu a cadeira que tinha na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. O posto foi reconquistado nesta semana, após seu grupo apresentar nova lista e conseguir emplacar Eduardo na liderança da bancada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.