O líder do PSDB e porta-voz da campanha de José Serra à Presidência da República, deputado João Almeida (BA), afirmou à Agência Estado que o partido vai recorrer da decisão que concedeu direito de resposta ao PT pelas declarações do candidato a vice na chapa de Serra, Indio da Costa (DEM). O vice ligou o partido às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. Como se trata de decisão individual do ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cabe recurso ao plenário.
O líder tucano afirmou que a decisão é “no mínimo abusiva” ao determinar a veiculação da resposta do PT por dez dias no site “Mobiliza PSDB”, ao qual Indio deu as declarações. Para Almeida, o período de exibição da resposta deveria ser, pelo menos, igual ao tempo de veiculação das declarações do vice, que foram retiradas do ar no dia seguinte.
Almeida comparou a decisão de Henrique Neves a uma espécie de “censura” à liberdade de expressão dos políticos nas campanhas eleitorais. “Agora vamos ter de perguntar, antes, ao TSE o que podemos ou não falar na campanha?”, protestou.
Os dez dias deferidos pelo relator excederam o período mínimo reivindicado pelo PT no pedido inicial, que era de 144 horas ou seis dias. Mas o relator ponderou que as declarações de Indio repercutiram em outros sites na internet, como na Folha Online e no YouTube, tendo sido acessadas por milhares de internautas.
No vídeo exibido pelo portal tucano, Indio da Costa afirmou, entre outras declarações, que “todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso”.