Em uma estratégia para tentar ampliar as bancadas no Congresso, o PSDB decidiu lançar 16 candidatos ao Senado e outros 15 a governador, apesar dos poucos recursos que serão destinados às campanhas. Na primeira eleição nacional sem doação de empresas e com recursos predominantemente públicos, os 31 postulantes a cargos majoritários – excluído o presidenciável da legenda – terão de dividir R$ 43 milhões, valor informado pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o deputado Silvio Torres (SP), tesoureiro nacional do PSDB, o partido deve ter outras fontes de arrecadação, como doações de pessoas físicas e recursos do Fundo Partidário, mas a injeção de mais dinheiro nas campanhas vai depender do desempenho dos postulantes. “Vamos avaliar novos aportes de doações pelo desempenho de cada candidato”, disse. A meta da legenda é eleger 60 deputados federais e pelo menos dez governadores. Em 2014, foram 54 federais e cinco governadores tucanos eleitos.
A avaliação da legenda é de que, mesmo com poucos recursos, as candidaturas majoritárias “puxam” as bancadas estaduais e garantem tempo na TV. A regra estabelecida pelo PSDB para tentar evitar uma “guerra” por recursos limita o repasse nos Estados a 30% do teto de gastos de campanha definido pela Justiça Eleitoral. Em São Paulo, por exemplo, os dois candidatos a senador – os deputados federais Mara Gabrilli e Ricardo Tripoli – terão de dividir R$ 5 milhões em suas campanhas. Na eleição de 2014, por exemplo, só a campanha do senador tucano José Serra custou R$ 10,7 milhões.
Prioridade
No entanto, o discurso de que as candidaturas majoritárias ajudam a eleger deputados federais e estaduais não acalmou os ânimos dos candidatos a uma cadeira na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa. Com os poucos recursos que restaram no Fundo Eleitoral, a prioridade na distribuição do dinheiro será para reeleger os 49 deputados federais – cada um terá R$ 1,2 milhão.
Pelo menos em São Paulo, os candidatos a deputado federal que não têm mandato e todos os 55 postulantes a deputado estadual, com mandato ou não, devem ficar sem nenhum centavo. “O potencial dos candidatos ao governo e ao Senado deve ser levado em consideração. Ter mandato é um elemento importante, mas não pode ser o único critério. Não acreditamos que o PSDB possa nos deixar sem qualquer tipo de recursos na eleição. Ainda vamos insistir para que a divisão seja mais justa”, disse o deputado estadual Marco Vinholi.
Nesta quarta-feira, dia 1º, o ex-governador Geraldo Alckmin se reúne em Brasília com líderes do Centrão para discutir o nome de seu vice. Nesta terça, 31, o tucano voltou a dizer que seu companheiro de chapa não deve ser do PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.