Após uma reunião ontem, 15, entre a direção estadual do PSDB e as bancadas estadual e federal, em Curitiba, o deputado federal Luiz Carlos Hauly disse que o partido tem apenas duas opções de candidaturas ao governo, em 2010. Ou o candidato será o senador Alvaro Dias (PSDB) ou o prefeito de Curitiba, Beto Richa.
Quanto ao senador Osmar Dias (PDT), Hauly foi enfático: “O PSDB vai ter candidato próprio. Só quem não quer enxergar isso é que não vê. A base deseja isso”, declarou o deputado tucano que expôs, novamente, uma discussão que vem se dando há muito tempo no PSDB, que se reuniu ontem para conversar sobre a formação das chapas à Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.
Coube ao deputado federal Gustavo Fruet amenizar as declarações de Hauly. Gustavo lembrou que Hauly se ressente da posição de Osmar na segunda eleição em Londrina, este ano, quando o senador pedetista apoiou Barbosa Neto, candidato de seu partido.
De qualquer forma, com ou sem sequelas eleitorais, os deputados federais admitem que o projeto de candidatura própria do PSDB ganha força a cada dia à medida que enfraquece a tese de apoio à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo.
Para Hauly, o PSDB não tem compromissos com Osmar. “O partido tem que ter candidatura própria. O Osmar Dias não é do nosso partido e eu não combinei aliança com ninguém. Nós estamos bem servidos de candidatos”, disse o deputado tucano.
Sem os traumas eleitorais do colega de Londrina, o deputado Alfredo Kaefer manifesta posição semelhante. “Uma coisa é absoluta. Para quem tem nomes de expressão é difícil avaliar a possibilidade de não tirar um nome de dentro do partido. Seria a mesma coisa que pensar em outro nome para a presidência da República além do Aécio e do Serra”, comparou o tucano.
Kaefer, entretanto, pondera que o PSDB não pode simplesmente relegar o senador Osmar Dias a um segundo plano. “A aliança do Osmar com o nosso adversário irá abrir um palanque reforçado para a ministra Dilma Rousseff no Paraná”, avaliou Kaefer, defendendo que haja um esforço do PSDB no estado para compor com o pedetista, que também interessa à candidatura presidencial tucana. “O interesse em separar o PDT do PSDB é todo do PT”, afirmou.
Sem exclusão
Gustavo disse que há uma cobrança da base do partido para que o mesmo lance um candidato próprio ao governo, tendo em vista que Alvaro e Beto exibem expressiva viabilidade eleitoral. Mas Gustavo entende que essa posição não implica excluir a possibilidade de um acordo com Osmar.
“Eu não alimento a tese da exclusão porque entendo que, mantida a unidade, uma candidatura do grupo, seja do senador Alvaro Dias, do prefeito de Curitiba ou do senador Osmar Dias, seria vencedora no primeiro turno”, comentou.
Mesmo com opções de sobra de candidaturas, a definição não é assim tão simples no PSDB, avaliou Gustavo Fruet. Ele destacou que uma possível renúncia ao mandato de prefeito não seria uma decisão simples para Beto, assim como o tempo também conspira contra um acordo com Osmar. “A cada dia, fica mais difícil uma decisão de consenso no partido. As questões locais começam a pesar muito”, afirmou o deputado tucano.